quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Entrevista André Rod (Attomica)

Hoje o Brasil Rocker tem a honra de trazer uma entrevista com o André Rod,  baixista e atual vocalista (também fez vocais no Limits of Insanity) além de membro fundador da banda Attomica. Ele fala de toda sua carreira, desde a banda "Metal" até o "The Trick" (mais recente álbum do Attomica), além de planos futuros.

André, é uma honra para mim entrevistar um dos músicos que faz parte de tamanha importância no cenário do Heavy Metal Nacional, que é o Attomica. Seja bem vindo e sinta-se a vontade! Vamos lá, como a música entrou na sua vida?

 André: Quando escutei a primeira música de Heavy Metal eu tinha por volta de 10
anos, foi Whole Lotta Love da banda Inglesa Led Zeppelin. A partir daí
comecei a me interessar pelo estilo. Montei minha primeira banda no
começo dos anos 80 junto com meu irmão Pyda Rod e mais dois amigos
a banda se chamava “Metal”, também passamos pela banda “Metafel” que
serviu de base para “Attomica” que foi fundada em outubro de 1985.

Antes do Attomica surgir, existia a banda Metafel, considerada o "embrião" do Attomica. O que ocasionou o surgimento do Attomica?

 André: Como citei acima a banda Metafel foi a base de formação da banda
Attomica, Metafel contou com 4 integrantes fundadores.

No começo, a banda também tinha músicas cantadas em português. O que fez o Attomica optar pelo idioma inglês, vocês visavam o mercado internacional?

 André: Sim, esse foi um dos motivos da escolha e também a fonética mais
agradável para o estilo.

Em 1986, a banda é convidada para a gravação de seu primeiro álbum. Qual era a sensação de gravar o primeiro LP do Attomica?

 André: Logo depois de alguns shows e da divulgação de nossa demo tape
“Children’s Assassins” recebemos o convite para gravar através do selo
Enigma de São Paulo, foi uma grata surpresa porque isso aconteceu
muito rápido e ficamos muito felizes.



Quem criou a logo da banda?

 André: Foi um ex membro.

Como foi o processo de composição desse primeiro disco de 1987? Vocês já tinham tudo composto, ou as composições surgiram por conta da gravação?

 André: As músicas foram todas compostas dentro do estúdio de ensaio com
todos os membros dando suas idéias com exceção da musica Samurai que
foi composta tempos antes em minha casa, fizemos isso rapidamente
pois ensaiávamos de duas a três horas todos os dias. O material já
estava pronto antes do convite da gravadora.

Esse disco proporcionou muitos shows ao Attomica?

 André: Sim vários, viajamos bastante.



Já no ano seguinte, a banda começa  a compor material para o segundo álbum, "Limits of Insanity". Nesse meio tempo entre o primeiro álbum e o segundo, ocorre a saída de dois vocalistas. O que te e assumir os vocais, ao invés de procurar outro vocalista?

 André: Laerte Perr deixou a banda e em seguida convidamos Fabio Moreira para
assumir o posto, mas morava em Vitoria (ES) e não conseguimos mantê-lo por muito tempo. Sendo assim para que não tivéssemos mais atrasos
com o compromisso da gravação resolvemos em comum acordo que eu
gravaria o álbum, “Limits of Insanity” foi lançado pela Cogumelo Records
em 1989.

Nesse segundo disco, a banda incorporou um novo estilo sonoro, passando para um Thrash Metal mais cadenciado, agradando alguns e desagradando aos que esperavam algo aos moldes do primeiro disco, com uma influência mais Death Metal. Já tinham noção que o som seria esse?

 André: Sim, sabíamos que isso poderia acontecer.



Em 1991, é lançado o álbum "Disturbing The Noise", considerado por muitos o melhor álbum da banda, já com outra formação. A repercussão desse álbum foi boa? Como os fãs e críticos da época receberam esse disco?

 André: Esse álbum foi um marco para banda, acredito que junto com Attomica
de 1987 são os mais conhecidos no mundo até o momento.

O videoclipe de "Deathraiser" passou em alguns programas da MTV, como Fúria Metal e Demo-Clip. Isso alavancou a banda de alguma maneira?

 André: Sem dúvida nenhuma, a divulgação em meios de comunicação televisiva
é muito importante até hoje. Imaginem naquela época...



Logo após a turnê do "Disturbing the Noise", o Attomica encerra as atividades. Qual o motivo do fim da banda nessa época?

 André: Estávamos muito felizes com o resultado da gravação e repercussão do
trabalho, mas não tivemos o resultado esperado com a turnê e isso
causou um certo cansaço.

Em 2003 a banda volta com a formação do álbum Disturbing the Noise. O que ocasionou a volta da banda?

 André: Em 2001 eu reuni a formação original, fizemos alguns ensaios mas não foi
possível continuar. Em 2003 foi uma reunião sem muitas intenções que
resultou no álbum ao vivo Back and Alive. Essa formação seguiu fazendo
apresentações sem o vocalista Fabio Moreira até o ano de 2006.



E apenas em 2012, a banda lança um álbum de músicas inéditas, chamado 4. Como foi voltar a gravar composições novas após tanto tempo?

 André: Aconteceu naturalmente, eu mantive a atividade musical durante esse
período em que a banda esteve parada, mas é claro que a satisfação é
muito grande em poder mostrar um trabalho inédito para nossos fãs de
longa data e também os da nova geração.

Por que a banda ficou tanto tempo sem gravar?

 André: As composições novas para Attomica 4 tiveram seu início em 2008 e
como mantínhamos ainda o mesmo método de compor nos ensaios isso
ficou muito demorado porque não conseguíamos ensaiar todos os dias
como no passado. De 1993 a 2000 a banda ficou totalmente inativa.



E como foi a recepção desse novo álbum de inéditas?

 André: Foi muito boa, também nos proporcionou muitas apresentações no Brasil
e fora dele.

Em 2015, ocorre o trágico acidente do Alex Rangel, uma grande perda para o Metal brasileiro. Como a banda recebeu essa notícia?

 André: Foi um choque muito grande. Alex foi um parceiro muito comprometido
com o trabalho, muito amigo e divertido, muito lembrado sempre entre
nós. Ele faz muita falta aqui num contexto geral.



O que fez o Attomica seguir em frente após essa perda na banda?

 André: Nossa própria vontade de prosseguir além do compromisso com nosso
público.

E em 2018, a banda lança mais um álbum, o "The Trick". Como os fãs receberam o álbum?

 André: Esse álbum já era muito esperado pelo nosso público e pelo que tenho
escutado e também pelo que li nas resenhas ele foi muito bem aceito, os
comentários estão sendo muito bons.



Esse álbum é marcado pela sua volta aos vocais, desde o álbum "Limits of Insanity", e também pela banda estar em um formato "power trio", algo que nunca havia acontecido antes com o Attomica. Comente um pouco sobre o processo em que a banda passou para se estabilizar em trio.

 André: Foi uma condição de certa forma forçada, apesar de sempre ter gostado
de bandas com esse tipo de formação. A perda trágica do amigo Alex
Rangel e em seguida a saída inesperada de nosso guitarrista Thiago
Donizeth contribuiu radicalmente para uma adaptação rápida porque
tínhamos datas a cumprir. Após a primeira apresentação percebemos que
seria possível manter o formato, fizemos algumas adaptações e
funcionou muito bem.

Para o "The Trick", foi feito um videoclipe para "Kill the Hero" e um lyric video para "Give Me the Gun". Qual sua opinião sobre videoclipes e plataformas digitais para o Heavy Metal?

 André: Importante, hoje em dia não podemos fechar os olhos para esses meios.
Quem não anda junto fica para trás.



Está em processo de produção o DVD de comemoração de 30 anos da banda. De onde surgiu a ideia desse DVD?

 André: A ideia surgiu com a intenção de firmar a formação Power Trio de vez e
também prestigiar nosso público que nos acompanha ao longo desses
anos.

Mesmo após 30 anos, a banda ainda tem muitos fãs pelo Brasil. Como é para você saber da sua tamanha contribuição ao Metal Nacional?

 André: Isso me deixa muito feliz saber que contribui com a história e que o nome
Attomica é reconhecido pelos Headbangers ao redor do mundo. Me sinto
muito honrado e realizado.



Dentre as várias formações da banda, existe alguma que você mais se orgulha?

 André: Todas tem seu devido respeito, passaram pela banda bons músicos mas
por todos os problemas e momentos de superação que tivemos que
passar considero a formação atual a mais forte.

Quais os planos para o futuro da banda?

 André: O lançamento do DVD para o fim do ano (2018), preparar mais um vídeo
clipe e continuar a divulgação do álbum The Trick com a Turnê “You Bet”. Composições novas já estão sendo preparadas para uma possível gravação no inicio do segundo semestre do ano que vem e com lançamento ainda em 2019.

André, estamos chegando ao fim da entrevista. Saiba que foi uma honra para mim estar entrevistando um mestre do Metal Nacional, e que ainda mantém essa chama acesa. Passo a palavra para você, caso queira deixar algum recado a seus fãs e leitores do Blog...


 André: Quero agradecer a oportunidade de poder falar um pouco sobre a banda e
nossos projetos futuros e também agradecer ao nosso público que tem
nos acompanhado durante todos esses anos. Sigam Attomica pelas redes
sociais, em breve mais notícias. Hail Metal Bangers!!!



Idade da Pedra


Em setembro de 2016, Leo Oliveira (Grinders) e Bruno Turbilhão (O Livro Ata / Special Cigarrettes) se reúnem para conversar sobre novos  projetos musicais; durante a conversa decidem se unir em projeto inspirado no Rockestra, de Paulo Zinner (Golpe de Estado) que se chamaria Turbilhão Rock, onde a bateria ficaria no centro do palco, como instrumento principal do grupo, e além de Leo Oliveira, convidariam músicos para as apresentações. Os primeiros nomes de músicos convidados que surgiram foram Ivan Miotto (Falange, Slaughter) na guitarra e André Comitre no Baixo. Em novembro do mesmo ano, acontece o primeiro ensaio dessa formação, mudando totalmente a proposta, iniciando naquele momento, o que se tornaria a Banda Idade da Pedra; uma mistura de estilos de rock n roll, passando pelo Stoner Rock, Heavy Metal, Hard Rock anos 70, Punk. Todas as composições são autorais e com letras em português. A  Idade da Pedra é formada por Leo Oliveira (guitarra e voz) Ivan Miotto (guitarra) André Comitre (Baixo) e Bruno Turbilhão (bateria).
A banda possui uma demo gravada pelo Bay Area Estudios, de Diego Henrique Rocha (Falange, Bastardo) que foi lançada em novembro de 2017 e leva o nome da banda.
Atualmente a banda encontra-se em processo de criação e agendando datas para apresentação do material atualizado.

Contatos:


Email: idadedapedrastonerrock@gmail.com





sexta-feira, 21 de setembro de 2018

StringBreaker and the StuffBreakers


A música tem a capacidade de transformar o cotidiano e elevar a mente dos ouvintes. É com essa premissa que o trio StringBreaker & The StuffBreakers busca conectar as infinitas possibilidades do som instrumental ao universo das pessoas, possibilidade gerada pela qualificação técnica dos integrantes Guilherme Spilack (guitarra/produção musical), Sérgio Ciccone (bateria) e Dilson Siud (contrabaixo).

Fundada em 2014 sob o leque criativo do guitarrista e produtor musical Guilherme Spilack, é na efervescência latente do blues e na liberdade do rock and roll dos anos 70 que os músicos firmam as características marcantes da banda: composições improváveis, arranjos fora do senso comum e qualidade sonora. Tais adjetivos os posicionam como referência do estilo no Brasil, e enaltecem tanto o cenário de artistas autorais quanto o de música instrumental.

A banda possui quatro álbuns gravados, sendo dois destes em estúdio e um ao vivo. O primeiro, “StringBreaker & the StuffBreakers”, foi lançado em 2015 e contou com a participação especial do contrabaixista Robinho Tavares. Na sequência, em 2016, o trio apresentou o “Re-Breaker”, aclamado pela crítica, e em 2017 organizou o lançamento do álbum Live at Manifesto, captado durante apresentação no Manifesto Rock Bar. Ainda neste ano, o trio participou do Freedom Walk Music Festival, no Teatro UMC, evento de música autoral realizado especialmente para fomentar a cena no país.E em 2018, a banda lança o terceiro álbum em estúdio, intitulado "Brick in a Tie",

As composições da banda já ganharam um importante espaço na cena urbana, através das apresentações frequentemente realizadas nos principais pontos e ruas de São Paulo, como a tradicional Avenida Paulista. Todo o conteúdo da banda pode ser ouvido e compartilhado através do Spotify, Deezer e Itunes.


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Letall: ouça o novo álbum "Entidades"


A banda de Hardcore do ABC Paulista Letall lançou nessa terça (18/09) seu mais novo álbum, chamado "Entidades"


A Letall foi fundada em 2014, quando o lendário vocalista Gepeto (Ação Direta) convidou os irmãos Gigante e Wagner (ET Macaco), ambos cariocas radicados em SP para um novo projeto. Em fevereiro de 2016, a banda lança seu primeiro álbum, "Máquina de Propaganda". 

"Entidades" pode ser ouvido abaixo, ou por aqui => ENTIDADES

Autovoid Redemption


O Autovoid Redemption surgiu em 2013 no ABC Paulista. A banda faz um Stoner Metal fortemente influenciado por bandas como Cathedral, Black Sabbath e Fu Manchu.

Em 2018, lançaram o primeiro EP, intitulado "Special Place". Foi gravado e mixado por Marcos Cerutti. O EP é carregado de peso, com a pegada característica do Stoner Metal: cru, direto e sem voltas.


O tracklist de "Special Place" traz as seguintes músicas:
1 - My Choice
2 - Riding High
3 - Special Place
4 - No Doubt

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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Entrevista Kadu Castro

O Brasil Rocker tem a honra de apresentar uma entrevista com Kadu Castro, idealizador do projeto ABC A DETROIT DO ROCK BRASILEIRO. Nessa entrevista, falamos sobre esse projeto, além de sua vida no universo musical.


Kadu, é uma honra ter sua presença no Brasil Rocker. Realmente fico muito lisonjeado! Seja bem vindo e sinta-se à vontade!! 



Kadu: Agradeço em nome de minha equipe pela oportunidade e ao espaço que o blog Brasil Rocker nos dá em nome desta Cultura que tanto amamos, chamado Rock´n´Roll. 



Como a música entrou na sua vida? 


Kadu: Desde minha infância era aficionado por música, pelos vinis, tive uma vitrolinha presenteada por meu saudoso pai nos anos 70. Já na adolescência, aos 13 anos, veio a descoberta da rádio, no caso, uma das pioneiras no gênero Rock do Brasil, nossa extinta 97 FM (localizada em minha cidade, Santo Andre), neste período passei a freqüentar a rádio e logo me tornei amigo de um dos locutores o lendário “Capitão de Aço”, o meu mestre: Beto Peninha, apresentador do programa intitulado “Sessão Rockambole”, que rolava durante as tardes de domingo. Isso acabou fomentando cada vez mais meu interesse pela música, sobretudo pela arte. Alguns anos depois, meus primos formavam uma banda e naquele momento, eu testemunhava o surgimento da cena Punk Rock e assim foi minha primeira referência ao vivo, um deles o Paulinho “PH” (guitarrista) tempos depois acabou fundando uma das bandas pioneiras em nossa região a PÁTRIA ARMADA, banda importante, mesmo sofrendo mudanças em sua formação, consolidou-se na cena, exportando seu trabalho para outros países latinos e pro mercado europeu. 


Quais suas bandas favoritas? 

Kadu: Tenho várias bandas favoritas, seria até injusto mencionar só algumas delas! Entre as nacionais: Camisa de Vênus, Ira!, Golpe de Estado, $alário Mínimo, Viper, Garotos Podres, MX, etc. As internacionais: Led Zeppelin, Rolling Stones, AC/DC, Queen, Kiss, Ramones, curto também Janis Joplin e Stevie Ray Vaughan. (seleção meio eclética, não? risos) 

A sua primeira banda foi o Rango Jungle, em que você foi baterista. Comente sobre essa banda, a sonoridade dela, shows, etc. 

Kadu: Sim, o RANGO JUNGLE, foi minha primeira banda em 1997. Som autoral, onde fui baterista, era uma ideia pra juntar amigos (alguns vizinhos do bairro) para se divertir e ao mesmo tempo produzir algo que pudesse nos satisfazer além desta diversão! As influências eram latinas, havia também Reggae, Pop, Rock, Ska, porém não teve tanta representatividade, não trabalhamos muito para isto! Foram pouquíssimos shows, mas faço a honrosa menção, em sua primeira formação, ao saudoso amigo e irmão Dimmy Adriano (um exímio baixista) - por conta de seu primeiro experimento musical, depois acabou saindo para fundar em 2002 a banda READY TEDS, uma das melhores bandas de Rock´a´Billy do Brasil, banda que acompanhou renomados artistas inclusive foi banda de apoio de Tony Campelo (irmão de Celly Campelo). 

  

Essa banda chegou a deixar algum registro? 

Kadu: Temos um ensaio gravado e o vídeo de um show realizado num festival de bandas em Santo André no ano de 1999, neste evento, estavam as bandas PHARTUM, DIVINA TROOP e na formação o batera era o amigo Marcelo Fortunato (que também integrou e gravou com MONTANHA e GENOCÍDIO) a banda GENERAL PIG era formada pelo guitarrista Jean Gantinis (da banda MONTANHA) e o batera Rudi Leschonski (da lendária e pioneira banda de Heavy Metal brasileiro KARISMA). 

No ano seguinte registramos um ensaio com 6 musicas, com a última formação, no Studio 74 (Santo Andre), na ocasião havíamos recém inaugurado e conceituado estúdio! 


O que ocasionou o fim do Rango Jungle? 

Kadu: Mudanças na formação, a falta de interesse de alguns pelas influências latinas, do groove, do tribal, do Reggae, do Ska, misturando-se ao Rock. Havia o receio ao hibridismo natural.


Após o fim do Rango Jungle, você é convidado para tocar na banda Phartum. Comente um pouco sobre essa transição. 

Kadu: O PHARTUM foi uma banda sensacional, formada em 1994, por queridos amigos, tínhamos em comum a questão de sermos associados ao Fã Clube do Camisa de Vênus, o som era autoral, mas também haviam covers. E obviamente que a banda trazia influências de Camisa, Ira!, Golpe de Estado, 365, sobretudo Rock Nacional 80. Foi uma banda que acompanhei como amigo e expectador, fizeram apresentações importantes, grandes festivais como o Abril Music no Playcenter, shows com as Velhas Virgens, Johnny Boy (musico/multi instrumentista) tocou com Raul Seixas, Marcelo Nova, Camisa de Vênus, Ira!, Nasi. Também outro mestre Franklin Paolillo (baterista) tocou com Tutti-Frutti, Made In Brazil, Joelho de Porco, Raul Seixas e por fim a participação de Mao (vocalista) do Garotos Podres. A banda teve dois CDs demos, o primeiro gravado em 1999 e o segundo em 2002. Acabei integrando o Phartum somente em 2003 como guitarra base, chegamos a fazer shows em teatros, bares e centros culturais.


Após o fim do Phartum, você realizou outro trabalho musical? 

Kadu: Minha saída já era esperada, naturalmente surgiram divergências, nunca me preocupei com virtuosidade ou técnicas, na verdade eu queria ser “uma espécie de Karl Hummel” e “Botar Pra Fudê!”, minhas raízes vem do Punk Rock porra!!! (aliás, saudoso Hummel, guitarrista do Camisa de Vênus, que nos deixou em julho de 2017) mas nos aspectos: criação de arte, divulgação, idéias e arranjos, mandava bem! Ainda em 2003 resolvi cuidar de produção musical, fui convidado a produzir um bar Rock 'n' Roll na tradicional Rua 13 de Maio no Bixiga em SP, era o Zinc Rock Bar, não foi fácil concorrer com casas tradicionais como: Café Piu Piu, Café Aurora, The Wall Café, Alcatraz Rock Bar, realmente não obtive muito êxito, mas feliz por ter feito mais amigos que inimigos! (risos). Consegui levar bandas do nosso ABC, num período onde havia uma certa resistência, fiz shows com as bandas DRAGSTER (SP), JOHNNY BOY (SP), PHARTUM (ABC/SP), SABOTAGE (ABC/SP – Tributo ao Black Sabbath), DR CASCADURA (BA), MARIA+ZÉ (BA), PAULÃO V.V. (SP) , entre outos. Posteriormente cheguei a fazer também em bares e clubes na região do Grande ABC. 


Qual o show mais marcante de sua carreira como músico? 

Kadu: Honestamente não posso afirmar “a carreira de músico”, mas amava o que fazia! Tive oportunidades como poucos e talvez não soubesse aproveitá-las da melhor maneira. Surgiu uma chance de estudar em uma das mais conceituadas escolas de musica de SP o IG&T (Instituto de Guitarra e Tecnologia - atualmente conhecida como Escola de Música & Tecnologia (EM&T) na época com Wander Taffo, aprendi a ter disciplina, porém não me dediquei como deveria. Quanto ao show que marcou, foi em 2004 (o último que fiz), na ocasião nos apresentávamos no Centro Cultural São Paulo , na mítica Sala Adoniran Barbosa. O PHARTUM fazia a abertura do show do multi instrumentista e produtor JOHNNY BOY, foi um show vigoroso, apresentamos ao publico um set-list de músicas autorais, arranjos consistentes, diferente daqueles que estavam registrados nos CDs demo, foi uma satisfação por completo! Estava entre amigos e ainda rolou um “duelo” de guitarras sobre o mesmo palco onde estava um de meus amigos e ídolos, o Johnny Boy. 


Nos últimos tempos, você vem divulgando o projeto que você anda desenvolvendo, o "ABC A Detroit do Rock Brasileiro", fale-nos um pouco sobre esse projeto: 

Kadu: É um projeto pioneiro e muito audacioso por sinal, a realização de um sonho... Cerca de uns 20 anos, venho traçando, esboços, rascunhos, daqueles que saem do papel e vão tomando forma e corpo. Nasci em Santo Andre, um importante berço no rock nacional, o pioneirismo está a minha volta: São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, ou seja, nosso grande ABC é um celeiro de grandes talentos para a arte. Pare e pense, já imaginou quantas bandas, músicos, artistas e casas de shows foram importantes na história do rock brasileiro e são oriundos de nossa região??? Através de questionamentos com este, resolvi trazer a tona, minha antiga pesquisa em forma de documentário, Nessa obra pioneira, na condição de observador legítimo dos processos históricos relatados na obra, os fãs e interessados em música vão encontrar informações relevantes e autênticas sobre as raízes do rock nacional na região, seus desdobramentos para outros cenários, além de nomes, figuras e toda importância deste rico pólo cultural.


Além de você, que outras pessoas estão trabalhando no desenvolvimento do "ABC: A Detroit do Rock Brasileiro"? 

Kadu: Com o dinamismo e a crescente popularidade alcançada através das redes sociais, criamos uma equipe, a qual é formada por grandes amigos, verdadeiros parceiros, doando seu tempo e trabalho de maneira gratuita, entre eles, temos: mestres em comunicação, jornalismo, departamento de marketing e jurídico. 

Você já citou que essa ideia é antiga, cerca de 20 anos. Porque só veio concretizar-se após tanto tempo? 

Kadu: Tudo tem seu momento certo, acredito que este seja o momento! Mas não vou negar, este impulso veio através do Mestre e Amigo Luiz Calanca (proprietário da Loja/Selo: Baratos Afins) na Galeria do Rock –SP, Luiz sempre foi um visionário um cara como poucos, sempre acreditou em nossa Cultura Rock, haja visto que seu selo lançou várias bandas de nossa região, através de uma parceria lançou o disco do Karisma (a primeira banda de Heavy Metal do Brasil a cantar no idioma Inglês), depois o lançamento a primeira coletânea de Heavy Metal do Brasil (SP Metal I e II) contendo faixas da banda Performances, mas a coisa vai além disso, o nome desta obra literária “ABC A DETROIT DO ROCK BRASILEIRO” foi sugerido pelo próprio Luiz Calanca, quer melhor benção que esta? (risos). E como diria o inoxidável amigo, Paulinho Heavy (ex-vocalista da banda Inox e apresentador do Som Pop/TV Cultura – Atual, Programa É Noize exibido pela AllTV) “Antes tarde do que nunca...” 




Como o público poderá contribuir para viabilizar esse projeto? 

Kadu: Se tudo ocorrer como planejamos, em 2020 iremos lançar através de uma plataforma de crowdfunding, ou seja, uma campanha de financiamento coletivo, a famosa “vaquinha virtual”. É por meio desse instrumento que muitas iniciativas socialmente relevantes estão saindo do papel e alcançando êxito e assim o faremos uma vez que não dispomos destes recursos. Além de adquirir o primeiro LIVRO sobre a Cultura ROCK do ABC os apoiadores receberão recompensas EXCLUSIVAS como: Camisetas, Bottons, Patches, Chaveiros, Canecas, Imãs-Abridores de Garrafas, DVD-Mini-Documentário (Edição Limitada) “ABC a Detroit”, conteúdo inédito e exclusivo. 

Esse projeto vem recebendo uma boa aceitação/apoio do público Rocker até o momento? 

Kadu: Sim, como já mencionei em uma das questões, a crescente popularidade e o interesse por esta obra fez a notícia chegar até você aí no estado do Ceará, fez também atravessar o Atlântico, houve um convite para um possível lançamento de nossa obra através do Selo/Editora “Metal Soldiers” em Portugal. 


Se o projeto tiver uma boa recepção, pretende fazer um documentário em longa metragem? 

Kadu: Muito embora, não fosse uma má idéia! Veja bem, escrever, documentar sobre as principais e mais relevantes bandas, artistas, casas de shows, escolas de musica, estúdios, lojas, instituições, mesmo enfrentando algumas dificuldades, afinal algumas bandas nem existem mais, assim como, alguns músicos não estão mais neste plano, outros mudaram de cidade, de estado, de país. As buscas por informações são incessantes, parecem nunca terminar! Nossas pesquisas não se restringem somente aos anos 80 e 90. E por falar em documentário em vídeo, não teremos um longa metragem, mas um DVD “mini-documentário”(Edição Limitada) recompensa exclusiva aos nossos apoiadores. 

Além de bandas, casas de show, (entre outros) o "ABC: A Detroit do Rock Brasileiro" vai abordar sobre ocasiões em que outros artistas/bandas trabalharam parte de sua carreira no ABC? 

Kadu: Sim! A exemplo de nosso Rei do Rock, Raul Seixas, com passagens importantes por nossa região, onde realizou grandiosos shows e também gravou os dois últimos álbuns de sua carreira solo, entre outros e muitos outros! (Sem spoiler brother, por favor!! risos) 

Você entrevistou músicos de bandas do ABC. Teve algum que lhe deu trabalho de conseguir informações e contato? 

Kadu: Não foram entrevistas somente com músicos de nossa região. Esta obra literária também é composta por depoimentos de importantes músicos fora do eixo ABC/SP, qualificando e dando credibilidade ao que fora atribuído em suas respectivas carreiras. Se algum deu trabalho? Até o momento não, porém o que foi confiado a mim, o volume de informações creditadas, isso já vale o preço de qualquer aborrecimento ou dificuldade que venha surgir! 

Kadu, vamos chegando ao fim da entrevista. Foi muito gratificante entrevistar uma pessoa que tanto luta pelo Rock n' Roll, e ainda acompanha nosso humilde Blog! Passo a palavra a você, caso queira passar mais algum recado... 



Kadu: Mais uma vez, em nome de nossa equipe agradeço a oportunidade ao Blog Brasil Rocker e seus leitores, a todos os amigos que acompanham e apóiam nossos ideais, afinal não se trata de bairrismo e sim a valorização de nossa arte, que estas não sejam consumidas com as cinzas do esquecimento, mas que possam resgatar a memória, ampliar o cabedal de conhecimento e a resiliência das novas gerações e renovar uma nova linha de montagem, nós somos ABC A DETROIT DO ROCK BRASILEIRO!!!


Um agradecimento especial ao melhor designer gráfico do ABC e de São Paulo: by Fraile (Moacir Fraile - também conhecido como Hulk'a'Billy, a voz da banda Kães Vadius) responsável pela ilustração da capa de nosso livro, assim como o designer visual da linha de produtos.





Conheçam nosso projeto! Curtam nossa página: www.facebook.com/abcadetroitdorockbrasileiro 



Agradeço imensamente ao apoio de todos Amigos (as)!!!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Cozinha dos Infernos



A Cozinha dos Infernos produz música suculenta e nasceu do casamento entre uma “hemorragia criativa” e uma sinergia imediata. Mas, porque Cozinha? Cozinha é o apelido comum da sessão percussiva e harmônica de uma banda, independente do estilo. É formada pela bateria e pelo contrabaixo, que comandam a pulsação da música. É o seu coração e alma. Mas, por que Cozinha dos Infernos? Porque, seguindo o perfil de instrumentistas infernais, a  proposta é ser pouco e muito, serem completos e grandes com nossa pequena estrutura. Como ensinou Miles Davis "menos é mais". A proposta é fazer simplesmente música instrumental visceral, direta e com muito molho, esse ingrediente tão fundamental em nossa culinária. Nessa Cozinha, a receita é a música livre de rótulos e com muita paixão no preparo dos pratos, no manuseio dos ingredientes. Produzindo finos biscoitos (ou bolachas?) pelo puro divertimento e é esse pequeno banquete que a banda pretende dividir com o público. Assim, se apresentam: a Cozinha dos Infernos é formada por Ricardo Ravache (contrabaixo e efeitos) e Eduardo “Migdiablo” Miguel (bateria e percussão), a dupla do cenário paulista que agora traz essa novidade recheada de receitas infernais que não têm fim. Só Deus sabe onde isso vai parar...


Sejam bem vindos e bom apetite!


Contatos:

Email: cozinhadosinfernos@gmail.com


Entrevista MX

O Brasil Rocker tem a honra de apresentar uma entrevista com os músicos Alexandre da Cunha e Alexandre "Dumbo", músicos da banda de Thrash Metal MX. Nessa entrevista, falam sobre toda a carreira do MX, inclusive o mais recente álbum, o "A Circus Called Brazil".


Sejam bem vindos ao Brasil Rocker. Saiba que é uma honra entrevistar um dos 
pilares do Thrash Metal nacional, que é o MX. Sintam-se à vontade!

Alexandre: Obrigado Mateus pela oportunidade, é uma honra poder participar!!!

De que maneira a música entrou em sua vida?

Alexandre: Desde criança a música sempre fez parte da minha vida, sempre decorava rapidamente jingles e músicas de comerciais de TV quando tinha meus 4, 5 anos de idade. Meu pai ouvia de tudo, MPB, sertanejo mas também ouvia Beatles e isso me despertou algo diferente, aos 10 anos de idade já conhecia as músicas dos principais álbuns dos garotos de Liverpool. 

O que te fez optar por tocar bateria?

Alexandre: Foi bem instintivo, quando moleque eu sempre juntava tudo que pudesse emitir algum som diferente , tampa de panela, panela, caixa de papelão, catraca de bicicleta, garrafas, etc . 
Eu nasci sabendo que tocaria bateria algum dia... (risos)



Quais os artistas e bandas que mais te influenciaram?


Alexandre: Beatles, Iron Maiden, Kiss, AC/DC, Deep Purple, Black Sabbath, Led, esses foram o começo de tudo. 

Em 1985, é formado o MX. Como foi no começo, em relação aos ensaios, composições, etc.?



Alexandre: Tudo bem precário, instrumentos simples, muita coisa improvisada, mas a vontade de tocar era gigantesca e fazíamos qualquer esforço do mundo para conseguir. A banda sempre procurou compor, tocávamos de tudo. Covers de bandas como AC/DC, Iron MaidenManowarSlayer, Metallica, Scorpions, mas já tínhamos nossas primeiras músicas, como Sigilo dos Deuses, Prece e Voz, Atlantida, entre outras... Cantadas em português inicialmente.

Como foi o show da gravação do split "Headthrashers Live"?

Alexandre: Foi um grande marco na história do metal, um dos primeiros registros ao vivo de bandas de metal do Brasil. Foi um evento no Teatro Municipal de Santo André com uma infra estrutura e equipamento até então jamais utilizado por nenhuma banda da região, foi fantástico, público alucinado, casa cheia, muita energia... Época de ouro. 

O entrosamento das bandas na cena era legal? Ou era cada um por si?

Alexandre: Dentro do possível sim , o MX nunca prejudicou ninguém na cena, e tínhamos sim bandas que éramos  bem ligados.



No início, a banda executava um som Death/Black Metal, e com o passar do tempo, foi migrando para o Thrash. O que fez a banda optar por essa mudança sonora?

Alexandre: Na verdade, se ouvir as primeiras músicas gravadas já era um Thrash Metal, porém as letras tinham um apelo um pouco mais bruto e algumas tinham influências mais do Death/Black, isso que acabou ficando marcado, mas sempre nos consideramos um banda Thrash. 

Em 1988, é lançado o álbum Simoniacal, um marco na história do Heavy Metal nacional. Como foi para vocês (ainda jovens, na época), entrarem em estúdio para lançar um álbum individual?

Alexandre: Ah... O Simoniacal... (risos), foi o álbum que fez com que a banda se firmasse na cena como uma das mais importantes do país, éramos moleques, sem estrutura adequada, sem produção porém tínhamos a capacidade de compor e isso foi o que pesou, as músicas ainda hoje são tocadas em nossos shows e de certa são exigidas pelo nosso público. Ganhamos premiações , vendagem elevada, foi um grande Debut.

Qual foi a repercussão de Simoniacal na época?

Alexandre: Vendagem incrível, um dos álbuns mais vendidos daquela época, elevou nosso Status para banda headliner em vários eventos, vários shows pelo país e fomos a segunda banda a pisar em Manaus para um show de Metal, histórico com cerca de 9.000 pagantes no show de lançamento. Abrimos também shows de bandas gringas que pisaram na América do Sul pela primeira vez, como Testament por exemplo.




Na época, você foi considerado um dos maiores bateristas do Heavy Metal no Brasil, por ser um baterista e vocalista, algo que valorizava a performance como baterista, dado a dificuldade de cantar e tocar as músicas rápidas e técnicas. Como foi esse reconhecimento para você?

Alexandre: Uma grande honra, o reconhecimento individual a meu ver não é tão importante como o patamar que a banda alcança ,mas faz parte. O estilo de tocar bateria com viradas variadas e o fato de cantar é uma característica não tão comum em bandas de metal e meus ídolos eram bons, aprendi alguma coisa... (risos).

Qual o motivo das músicas Fucking All the Angels e Destructor of Heads (da demo tape Fighting for the Bastards) não terem entrado em nenhum disco de estúdio da banda?


Alexandre: Essas músicas só entraram no álbum Headthrashers Live  junto com mais 3 bandas do ABC,  e depois na demo tape "Figthing for the Bastards" que antecedeu o Simoniacal...



Em 1989, é lançado o álbum "Mental Slavery", outro petardo do Thrash. Como foi o processo de gravação e composição desse álbum?

Alexandre: Esse álbum já foi um pouco melhor produzido, apesar de termos tido pouquíssimo tempo para gravar. Lembro de chegar em BH e ir para o estúdio e em 8 horas tivemos que montar a bateria, passar som e gravar, sem emendas, e não voltamos nenhuma música sequer! Em uma das faixas o pedal do bumbo direito se solta, e usei o esquerdo imediatamente e ficou uma lacuna que até hoje me incomoda... Talvez ninguém tenha reparado... (risos)
Esse sem falsa modéstia eu acho um dos melhores álbuns de Thrash Metal lançados no Brasil. 

Nesse álbum, tem uma música chamada "The Guf". O que é exatamente o "Guf"?

Alexandre: "The Guf" foi tirada do filme "A Sétima Profecia", e é o lugar da onde são enviadas as almas para as crianças que nascem... Só que esse lugar teria uma quantidade de almas finitas e a profecia dizia que quando o Guf estiver vazio o mundo sofreria vários desastres, etc... 



Após o show do Testament no Brasil em 1989, o guitarrista Décio Jr. sai da banda. O que ocasionou a saída dele?

Dumbo: Ele poderia falar melhor sobre isso, mas na época o que ele nos disse foi que queria se dedicar a sua vida particular, estudo, trabalho e casamento. 

Nos anos 90, o MX lançou 2 discos, o "Again" e "The Last File", álbuns bons, mas que não tiveram a devida distribuição (mesmo sendo bem aceitos pelos fãs e pela crítica).  Isso desanimou a banda nessa época? 

Dumbo: Gravamos o Again sem nenhuma preparação, bem como se fala: Na correria... Sem pensar muito na coisa toda... E acabamos que não tínhamos mais aquele pique pra correr atrás do que era necessário, simplesmente deixamos as coisas correrem conforme o fluxo normal, sem procurar por shows, ou promoções, enfim... Tudo que aconteceu naquela época (e não foi pouca coisa) aconteceu porque vieram nos procurar, só que isso uma hora acaba....e foi o que aconteceu!!! No Last File já não existia mais a banda, alias esse álbum deveria ter saído como um projeto paralelo meu e do Alexandre Cunha, pois o trabalho foi composto e gravado exclusivamente por nós dois, e a ideia era pra ser um último registro da banda mesmo...

Esses álbuns tiveram como guitarrista o C.M. (que tocou no Mutilator e Cova). Como foi o processo de integração desse guitarrista na banda?

Dumbo: O C.M. já era um velho amigo, nos conhecíamos a muito tempo, e ele estava voltando pra São Paulo na época, depois de ter ficado uns bons anos em BH, ai encaixou naturalmente!!! 


Em mais de 30 anos de carreira, vocês abriram shows para vários nomes importantes do Heavy/Thrash Metal, como Exodus, Testament
 e Iron Maiden. Qual é a sensação de abrir para bandas que os influenciaram, e são seus ídolos?

Dumbo: Na maioria das vezes é bem legal, destaque para o Exodus que são pessoas fantásticas e te tratam como iguais sem estrelismo... E tivemos a oportunidade de fazer 4 shows com eles com Paul Ballof e também tocamos em 2014. Antigamente chegamos a ter problemas com bandas tipo o Testament e outras que abrimos...aquela coisa de banda gringa achar que pode fazer qualquer coisa com a de abertura e tal... Eles só não contavam que nós não íamos deixar passar batido... (risos) Enfim... Tiveram que nos engolir... Mas deixa pra lá os detalhes... (risos)

Vocês tiveram uma parada nos 2000, e voltaram em 2012. O que ocasionou esse hiato do MX?

Dumbo: Justamente essa falta de profissionalismo e foco que tomou conta da banda ao passar dos anos depois do lançamento do Again... Foi miando e acabou... 



Em 2014, vocês lançaram o álbum Re-Lapse, com regravações de músicas da banda. De onde surgiu essa ideia?

Dumbo: Foram muitos anos longe da cena, resolvemos então mostrar ao público novo as músicas que o público antigo gostava tanto, só que com uma gravação mais decente. A ideia veio naturalmente e consideramos um ato de coragem regravar músicas que foram feitas quando tínhamos 16, 17 anos. É um ato de coragem e confiança. 

João Gordo faz vocal na música Fighting for the Bastards. Vocês são amigos da galera do Ratos de Porão? Porque vocês a regravaram em português?

Dumbo: Conhecemos o Jão e o Gordo desde os anos 80, tocamos juntos algumas vezes, chegamos a ensaiar no mesmo lugar... Enfim, pra nós foi uma honra ter o Gordo participando, e ficamos mais felizes ainda por ele ter adorado fazer. 



Em 2018, é lançado o "A Circus Called Brazil", sexto e mais recente álbum de estúdio da banda. Ele foi muito bem recebido pela crítica e pelos fãs. Vocês já tinham as músicas do álbum prontas, ou começou tudo do zero?

Dumbo: Tínhamos 3 musicas compostas que passaram por uma adaptação, o restante foi do zero. 

Como o próprio título já diz,"o circo chamado Brasil" está comandado por palhaços de todas as formas. O álbum foi composto com esse intuito, de criticar a atual situação decadente brasileira, ao melhor estilo do Thrash Metal?

Dumbo: As músicas e letras foram surgindo por etapas, só decidimos seguir com essa temática depois que a música que da nome ao álbum foi composta e ela foi a última, aí que chegamos nesse consenso. Criticar a situação decadente já é comum em nossas letras,agora ficou mais acentuada e descarada. 

"A Circus Called Brazil" foi lançado antes nas plataformas digitais do que em CD físico. Qual sua opinião sobre a obra do artista/banda ser lançado em plataforma digital, realmente ajuda de alguma maneira?

Dumbo: Acho que hoje o artista não tem escolha, se ele não lançar nas plataformas digitais certamente perderá uma parte do público que atualmente só escuta por estes meios. Eu particularmente acho que facilita e muito a divulgação do trabalho, e consequentemente  facilita o acesso aos ouvintes, esse é o futuro, é isso, não dá pra ir contra ou ficar reclamando, tem que se adaptar, hoje a fila anda rápido... E é assim....  



Nele há um cover de Motörhead, a Speedfreak. De quem veio a ideia de regravá-la? Essa regravação foi proposital em homenagem ao Lemmy? Qual a importância do Motörhead no som da banda?

Dumbo: Essa versão que fizemos faz parte de uma coletânea com várias bandas nacionais tocando músicas do Motörhead que saiu na Europa, como gostamos do resultado, foi incluída no álbum... Participamos também do tributo ao Black Sabbath, que já foi lançado e também do AC/DC que ainda não foi lançado. 
E sim, com certeza o Motörhead nos influenciou de alguma forma, tocávamos Ace of Spades com 15 anos de idade... (risos)

Em mais de 30 anos de carreira, o MX deixou sua marca no Heavy Metal nacional. Como é saber que a banda que você fundou há tanto tempo fez tanta coisa pelo Metal, influenciando até músicos gringos?

Dumbo: As vezes ficamos até surpresos pelos comentários ou por pessoas que encontramos, inclusive gringos, que chegam até nós e falam o quanto o MX foi importante para eles, é muito gratificante é uma sensação de dever cumprido. 



Mesmo após mais de 30 anos de banda, os shows ainda são poderosos! Como fazem para manter a forma física para essas performances viscerais?

Dumbo: Dentro do possível, cuidamos bem da saúde, ninguém no MX "chuta o balde" pra depois subir no palco, mesmo porque com nossa idade se fizermos isso, já era o show. Procuramos não beber antes dos shows e etc... Tudo pra poder estar vivo após a apresentação, principalmente o Alexandre (batera), pois o desgaste dele é muito maior que os outros integrantes, ele tem feito exercícios específicos para a resistência e mais ainda para a coluna, que acredite ou não já teve médico que disse que ele não teria condição de tocar bateria e em poucos anos, nem andar direito conseguiria... Mas o cara ta aí, com meio século e tocando bem mais do que quando tinha 20 e poucos anos... 

Dentre os álbuns que o MX já lançou, você define algum como seu favorito? Se sim, porque?

Dumbo: Circus Called Brazil... Pura Inspiração..,

Quais os planos para o futuro do MX?

Dumbo: No momento é sair fazendo shows da tour do novo álbum, depois.....quem sabe? (risos)

Foi uma honra entrevistar vocês! Desejo longa vida ao MX, e que a banda continue fazendo o bom trabalho que sempre fez em favor ao Heavy Metal! Passo a palavra para vocês, caso queiram deixar algum recado a seus fãs, e leitores do Blog...

Alexandre: Obrigado Mateus, é uma grande honra poder participar, gostaríamos de agradecer ao Brasil Rocker pela oportunidade e dizer aos nossos fãs que acessem nosso material nas plataformas digitais. "A Circus Called Brazil" está disponível também em CD físico lançado pela Shinigami Records, e em breve teremos lançamento Europeu também. 

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