domingo, 29 de julho de 2018

Masmorra


A formação da banda Paulistana MASMORRA traz Ricardo Peres – Vocal (Demolition
Inc., ex-7th Seal), Frank Gasparotto - Guitarra Solo (Spiritual Hate, Atroz, ex-Kamboja,
ex-Anthares), Ronaldo Martins - Guitarra Base (Biffs of Hill Valley), Toni Estrella -
Bateria (Dona Encrenca, ex-Tears of Joker) e Airton Jr. – Baixo (Biffs of Hill Valley).
Dando se início em dezembro de 2016 por F.Gasparotto, R.Martins, T.Estrella e Airton Jr. ,a
MASMORRA nasceu com o intuito de fazer um hard rock em português, tendo como
suas principais influências bandas como Dr. Sin, Golpe de Estado, Barão Vermelho ,
dentre outras da leva de bandas nacionais dos anos 80.
Inicialmente o guitarrista Ronaldo Martins também assumia as vozes, mas devido a
problemas nas cordas vocais ,forçadamente acabou por deixar o posto, dedicando-se
se dentre a guitarra e aos backings.
Após diversas audições a banda chega a um nome; Ricardo Peres, e desde o primeiro
ensaio a empatia foi mútua.
Em fevereiro de 2018, a banda lançou seu EP de estreia ,intitulado
“Masmorra” e conta com quatro canções: “Não Quero Mais Sentir”, “Tantas
Madrugadas”, “Tudo ficou pra Trás” e “Acreditar em Mim”.


Em paralelo as apresentações vindouras para promover o EP, a MASMORRA também
está compondo para o seu primeiro álbum full, que será gravado e lançado na
sequência.

MASMORRA:
Ricardo Peres: Voz
Frank Gasparotto: Guitarra Solo
Ronaldo Martins: Guitarra Base
Airton Jr: Baixo
Toni Estrella: Bateria

Links:


sexta-feira, 20 de julho de 2018

Entrevista Ricardo Ravache

O entrevistado é um dos maiores contrabaixistas brasileiros, o mestre Ricardo Ravache. Ele que já tocou em bandas lendárias como Centúrias e Harppia, e nos tempos atuais está com as bandas Cozinha dos Infernos e Antimídia concedeu uma ótima entrevista ao Brasil Rocker. 


 Ravache, é uma honra para mim ter você como entrevistado aqui no Brasil Rocker! Seja bem vindo e sinta-se à vontade!

Ricardo Ravache: A honra é toda minha, Mateus. É uma satisfação poder conversar com você e todos os leitores do Brasil Rocker!

Como a música entrou na sua vida?

Ricardo Ravache: Sou descendente de italianos por parte de mãe. Meu bisavô era músico da banda da Polícia Militar de São Paulo (na época chamada Força Pública) e seus filhos homens também tocavam algum instrumento. Um deles, meu padrinho de nascimento era clarinetista profissional e morávamos juntos, ou seja, desde que nasci tive a música como parte fundamental da vida.
A título de registro, o Marcos Patriota, guitarrista do Harppia e Centúrias nos anos 80, é meu primo, tendo essa mesma origem.

Quais são as bandas e artistas que mais te influenciaram?

Ricardo Ravache: Nasci no início dos anos 60. Ainda não se conhecia o Metal da forma que existe hoje. Assim, peguei a fase dos anos 70 em que o Rock Progressivo estava no auge e ainda mais, desde a primeira idade eu ouvia música clássica... Então você pode colocar nessa lista os grandes nomes, como Gentle Giant, Yes, Genesis, King Crimson, Kansas etc...Também bandas mais pesadas, do que se chamava de “Rock Pauleira”, como Led Zeppelin, Black Sabbath, por exemplo e outras como Grand Funk Railroad, Foghat. Tem tanta coisa... Minha maior influência é setentista, mesmo.

O que te fez optar pelo seu instrumento atual de trabalho, o contrabaixo?

Ricardo Ravache: Foi por acaso. Quando éramos muito jovens e queríamos ser músicos, o Patriota comprou uma guitarra e eu, um baixo. Simples assim. Kkkkkkkkk

Por volta de 1979/1980, você tocou na banda Aeroplano. Qual era a sonoridade dessa banda? Ela deixou algum registro?

Ricardo Ravache: Voltando à amizade com o primo Patriota, em 1979 chegou um momento em que nós precisávamos seriamente de um baterista. Por um acaso encontrei o guitarrista Lipo (Filippo Baldassarini que posteriormente gravou o álbum Sete com o Harppia) numa estação do Metrô. Ele me entregou um flyer de um show dessa banda (Aeroplano) e eu perguntei se ele conheceria um baterista para indicar. Fui no show e ele me apresentou o Tibério Correa (Harppia).
Ficamos amigos e logo em seguida, quando houve uma reformulação da banda, entramos nós dois para compor a cozinha.
Quanto à sonoridade, era Rock’n’Roll tradicional, puro. Foi gravado um compacto simples (vinil pequeno com duas músicas pra quem não conheceu...).


Quando acaba, você vai tocar no Via Láctea, que depois se tornou Harppia. Você já era um músico adepto ao Heavy Metal, ou teve que se adaptar a sonoridade da banda?

Ricardo Ravache: Na verdade eu não entrei na época do Via Láctea. Esse nome existiu bem no início e era a banda fundada por Jack Santiago e Hélcio Aguirra mas logo o nome foi alterado para Harppia, afinal o Jack sempre foi um estudioso do misticismo e grande conhecedor de assuntos mitológicos.
A princípio o baixista era o Patriota, que estudava junto com o baterista à época, o Zé Luis (banda Nihilo) até que aconteceu um episódio interessante. O baixo que o Patriota usava tinha dois braços. Baixo e guitarra. Num momento uma das cordas da guitarra do Hélcio quebrou, então o Patriota cobriu o Hélcio usando o braço de guitarra. A partir daí eles decidiram que deveriam ter duas guitarras na banda e eu entrei como baixista.
Quanto a ser adepto do Heavy Metal, era um gênero que nos arrebatou desde o início. Daí a tocar esse gênero foi muito rápido, tranquilo...
Um pouco mais tarde tive a oportunidade de trazer o Tibério para a banda e estava fechada a formação que gravou A Ferro e Fogo.

Em 1985, o Harppia grava e lança o A Ferro e Fogo. Como foi a repercussão do disco na época?

Ricardo Ravache: A Baratos Afins, na figura de Luis Calanca havia lançado a coletânea SP Metal I e II e até estávamos cogitados para fazer parte mas ele acabou decidindo nos lançar como EP. A repercussão foi extremamente positiva pois a música Salém – A Cidade das Bruxas já era bastante conhecida e cultuada na cena e foi o carro chefe do álbum. Outro diferencial foi a qualidade da gravação, que ao contrário da simplicidade do SP Metal, usamos algumas técnicas no estúdio que trouxeram um resultado muito melhor, sem contar a capa, uma verdadeira obra de arte do Chico Guerreiro, um artista plástico renomado.

"Salém" até hoje é considerada por muitos o grande hino do Heavy Metal nacional. O que essa música representa para você?

Ricardo Ravache: Para mim essa música é o carro-chefe do Harppia. Foi composta pelo Jack Santiago com base em fatos reais históricos, porém com uma maestria na composição que só ele, o Jack poderia proporcionar.
Foi também uma oportunidade que tive para incluir um solo de baixo, o que sempre sonhava em fazer.
Em agosto próximo participarei de uma das tradicionais feiras do bairro da Pompéia, aqui em SP e terei oportunidade de tocá-la junto com o Tibério na bateria. Vai ser muito gratificante.


Em 1986, você sai do Harppia, e logo em seguida entra no Centúrias, que também já tinha gravado material. Como foi a sua transição para o Centúrias?

Ricardo Ravache: Essa transição foi fruto de mudanças simultâneas nas formações anteriores das duas bandas. Como éramos todos amigos e nos encontrávamos no icônico Rainbow Bar (bar no bairro do Jabaquara, em São Paulo onde a maioria das bandas de Metal se apresentava), foi natural fecharmos essa formação.

E em 1988, é lançado o álbum Ninja, outro álbum marcante para a discografia do Heavy Metal nacional. Como foi a repercussão desse disco? Ele aumentou a proporção da banda no cenário da época?

Ricardo Ravache: Esse álbum foi fruto de um projeto anterior ao Centúrias onde Jack Santiago compôs diversas letras. Nós aproveitamos essas músicas e compusemos outras para completar o álbum.
Ele definiu uma mudança no estilo da banda, que em seu álbum anterior (Última Noite), com outra formação, produziu uma sonoridade mais voltada ao Hard Rock.
Quanto à repercussão, não consigo te dizer com certeza. Já vi enquetes em redes sociais onde a relação da preferência do público pelos dois álbuns fica em 50% para cada.



Logo depois do Ninja, o Centúrias encerra as atividades. Quais os motivos que ocasionaram o fim da banda?

Ricardo Ravache: Foram desentendimentos pessoais, como pode acontecer e acontece com qualquer banda, em qualquer estilo, em qualquer tempo e em qualquer lugar.



E nos anos 90, você ainda participa de uma banda chamada "Linha 10". Qual era a sonoridade que essa banda tocava? Chegaram a deixar algum registro?

Ricardo Ravache: Ah, sim. Uma grata lembrança. O amigo e excepcional guitarrista, professor, produtor... Joe Moghrabi lecionava no Conservatório Souza Lima e convidou outros professores para montar essa banda, que teve vida curta e apenas umas duas apresentações. Tocávamos standards de Jazz e infelizmente não há registro gravado.

Nos anos 90, e no começo dos anos 2000, você para com a música. O que você fez durante todo esse tempo?

Ricardo Ravache: Sim. A Música “me deixou em paz” por um período. Kkkkkkkkkk. Mas ainda assim tive uma atividade esporádica com amigos músicos. Não chegamos a ter algo sério. Apenas boas lembranças.



O Harppia voltou em 2002. O que ocasionou e como foi essa volta, após tantos anos?

Ricardo Ravache: Um belo dia no início de 2002 eu vejo uma notícia de um show na Led Slay (antiga casa de Rock de SP) com uma formação nova do Harppia. Liguei para o Jack Santiago para desejar boa sorte e fui ao show. Logo em seguida o Jack me chama para compor essa nova formação e foi uma época de intensa atividade. Aí é um longo capitulo à parte, pois nesse período abrimos shows do Grave Digger e do UDO.

E alguns anos depois, o Centúrias também volta a ativa. O Paulão fez alguns shows e teve que sair, pois estava tocando com o Baranga. Ele pediu para vocês prosseguirem, ou era um desejo de todos continuar com o Centúrias?

Ricardo Ravache: Sim, houveram reuniões esporádicas do Centúrias com o Paulão e o Tadeu Dias, um excepcional guitarrista.
O que ocasionou a volta foi um evento de Jams do Programa Stay Heavy e da revista Roadie Crew. Eu era convidado para participar dessas Jams. Numa das edições eu chamei o Cachorrão para comparecer e curtir o evento, paguei o ingresso e uns drinks para ele e houve uma homenagem ao Centurias. Ele foi chamado para subir ao palco, subimos também o Paulão e o Tadeu e a música era Metal Comando. Ao final, o amigo querido e Editor Chefe da Roadie Crew, o Ricardo Batalha, um dos maiores fomentadores do Metal Nacional, nos intimou a reativar a banda. Como você comentou, o Paulão estava comprometido com o Baranga e o Tadeu também tinha outros compromissos. Assim a banda voltou com o Julio Principe na bateria e o Roger Vilaplana na guitarra.

Em 2013, o Centúrias lançou o single Rompendo o Silêncio. Vocês já tinham essas composições, ou foi algo que veio após a vota da banda?

Ricardo Ravache: Elas foram compostas para “esquentar” a volta da banda. Eu compus a “Ruptura Necessária” e o Julio, “Sobreviver”.



Ainda em 2013, ocorre o Super Peso Brasil, estival que reuniu algumas das maiores bandas do Heavy Metal nacional, incluindo o Centúrias. Como foi participar desse evento, que foi uma das maiores reuniões do Metal nacional?

Ricardo Ravache: Foi uma ideia do Ricardo Batalha que tomou corpo através do André Bighinzoli, baixista do Metalmorphose, banda carioca pioneira do Metal Nacional. A experiência foi fantástica, envolvendo a participação do público através de uma campanha de crowdfunding, numa casa de alta qualidade, completamente lotada e bandas pioneiras do estilo, trazendo convidados especiais. Nem preciso dizer que foi uma experiência inesquecível, certo?

O Heavy Metal nacional foi homenageado no documentário "Brasil Heavy Metal". Como é saber da tamanha contribuição que você deu a esse estilo musical no Brasil?

Ricardo Ravache: É muito emocionante ter reconhecimento de uma atividade feita com muita paixão, com muita honestidade de propósito, com muito suor e investimento pessoal e além disso descobrir que uma multidão de pessoas, de todas as idades, origens, credos, têm a mesma paixão.
Essa ideia de registrar parte da história da cena teve a colaboração de uma multidão de músicos e fãs, que encaminharam toneladas de material sobre bandas, músicos, casas de show etc. Foi um trabalho muito difícil de se concluir e felizmente esteve nas mãos competentes do Ricardo “Micka” Michaelis, guitarrista do Santuário, também da nossa época através de sua produtora, a Idea House.

Atualmente, você está participando do Cozinha dos Infernos, que como o próprio nome diz, é a "cozinha" (contrabaixo e bateria) fazendo um som. Seria esse um projeto em que você se sente mais à vontade?

Ricardo Ravache: Trata-se de uma dupla, baixo/batera e esse projeto começou como uma ideia meio vaga e desconexa, pois numa única tarde de um sábado do ano passado, sete das músicas “baixaram” no baixo (kkkkk) e eu consegui gravá-las para que não se perdessem. Mostrei para o Julio, baterista do Centurias e ele topou me ajudar nesse início. Atualmente o batera é o Eduardo “Migdiablo” Miguel, o que deu maior peso às músicas. Logo logo estaremos servindo as finas iguarias que essa cozinha produz. Kkkkkkkk.
Sem compromisso com estilo, a intenção é mostrar que a cozinha de uma banda tem uma importância maior do que se imagina, podendo andar sozinha, com suas próprias pernas.
Quem quiser conhecer um pouco desse trabalho, tem um canal no YouTube e está disponível no Spotify e no Deezer, com o nome de “Cozinha dos Infernos (clique AQUI ara acessar no YouTube)” e compõem a “Demo dos Infernos”.



Outra banda que você está tocando atualmente, é a banda de Hardcore Antimídia. Você já havia tocado esse estilo no passado? É um som diferente do que você fazia no Centúrias e Harppia. O que está achando de tocar nessa banda?

Ricardo Ravache: Essa é uma banda motivada pela amizade. Entrei por convite do baterista Luiz Corrêa, que atualmente mora na Austrália. Na guitarra temos o Maurício Amaral, do Anthares, banda pioneira de Metal e o Felipe Galvão nos vocais. A banda já tem um nome consolidado na cena.
Estamos sempre em contato e quando o Luiz vem para o Brasil, sempre temos uma atividade, como gravação, show...
Agora, quanto ao estilo, para mim é uma experiência muito gratificante, pois exige versatilidade e técnica que eu não tinha ou costumava usar. Estou curtindo muito.


O que podemos esperar de Ricardo Ravache para o futuro?

Ricardo Ravache: Nem eu sei o que esperar... Mas uma coisa é certa. Não vou parar enquanto tiver saúde e disposição, porque sinto que agora tenho muito a oferecer em matéria de música, com a experiência que coletei durante a vida e pelo tanto que ainda tenho a aprender. Tenho outros projetos engatilhados que faço questão de comentar aqui quando estiverem melhor definidos.
Só pra você fazer ideia, Mateus, acabei de produzir a trilha sonora de um filme, o que foi uma experiência muito difícil, porém gratificante. Deve ter dado certo, pois recebi a encomenda para mais um longa metragem e quatro curtas. Tô lascado... Kkkkkkkkkkkkk.

Bem Ravache, a entrevista está chegando ao fim... Saiba que foi uma honra entrevistar você, e saiba q eu (Mateus) e o Blog estará aqui para o que precisar! Passo a palavra para você, caso queira passar alguns recado aos seus fãs e leitores do Blog...

Ricardo Ravache: Bom, agradeço demais a oportunidade que você me deu, Mateus, para expor um apanhado da minha trajetória e me disponibilizo para sempre colaborar com o Blog.
Uma notícia que me deixou chateado é que o Centurias esteve parado por um período e fui informado recentemente que está retornando sem mim. Mas não tem problema. Sempre estarei em atividade de outra forma...
Como costumo dizer e digo agora para todos os leitores e a equipe do Brasil Rocker: para as garotas, beijos angelicais e para os rapazes, abraços fraternais.
Valeeeeuuuuu!!!






quarta-feira, 18 de julho de 2018

Álbuns ao vivo d'Os Kurandeiros

OS KURANDEIROS comemoram os 60 anos de idade de Kim Kehl (com mais de 45 anos de música!!!) com estes lançamentos históricos: os 2 álbuns da série KURANDEIROS AO VIVO, a "pirataria oficial".
É a maneira que acharam de agradecer e homenagear aos músicos e amigos que contribuíram com a banda, fazendo um balanço da caminhada até aqui.
Veja os detalhes dos álbuns na loja da banda!!
(Clique aqui para ver a loja da banda => LOJA)


terça-feira, 17 de julho de 2018

Entrevista China Lee

 Hoje o Brasil Rocker traz uma entrevista com o lendário China Lee, vocalista da banda Salário Mínimo, e ex-vocalista das bandas Extravaganza e Naja. Ele fala sobre toda sua carreira, e novidades que estão por vir.

China, seja bem vindo ao Brasil Rocker. É um prazer para mim fazer essa entrevista com você, que considero um dos melhores vocalistas do Hard n' Heavy nacional. Seja bem vido e sinta-se à vontade!!!

China Lee: Fala Mateus, e aí galera do Brasil Rocker, é um prazer estar falando com vocês, estamos aqui!

Como a música entrou na sua vida?

China Lee: No início dos anos 70, passava alguns filmes dos Beatles e dos Monkees na televisão. E aí, quando eu tinha 9, 10 anos meu pai me deu a coleção dos Beatles, e aí comecei a gostar demais de música, foi meu pontapé inicial para gostar de Rock.

Quais os artistas e bandas que mais te influenciaram?


China Lee: Vou fazer uma escala, por datas: Elvis Presley, The Beatles, Black Sabbath, Iron Maiden, Judas Priest, Helloween e Mötley Crüe. Essas foram minhas maiores influências.

Como surgiu o nome da banda Salário Mínimo?

China Lee: Naquela época, nós queríamos demonstrar que o Brasil era um "salário mínimo" em educação, saúde, segurança... E passaram-se tantos anos e a gente continua na mesma. A gente quis sugerir que o Brasil é um salário mínimo.



O primeiro registro fonográfico do Salário Mínimo está presente na coletânea SP Metal I, com as músicas "Cabeça Metal" e "Delírio Estelar". Como foi para a banda entrar em estúdio pela primeira vez para gravar?


China Lee: Foi uma experiência única! Garotos entrando em estúdio pela primeira vez, muita ansiedade... Eram 8 canais, a gente não sabia nem o que fazer com 8 canais. Diante de um momento e de um homem que era poderoso, o dono da Baratos Afins (Luiz Calanca) que produziu o disco. Foi um momento inesquecível. Parece propaganda de sutiã: o primeiro sutiã você nunca esquece! (risos). Foi fantástico, porque para nós era novidade, nunca tínhamos entrado em um estúdio de verdade. Foi um aprendizado absurdo, em um estúdio que era considerado um dos melhores de São Paulo, o Vice Versa, com um grande produtor que se tornou o Zé "Heavy" Luiz, e com um dos caras mais famosos do Underground, que era o Luiz Calanca. Aprendemos muito, e éramos garotos inexperientes. Deu aquele "frio na barriga", mas graças a Deus deu tudo certo, a gente tinha ensaiado bastante, e as bandas todas amigas também. Foi um momento inesquecível!!




O primeiro álbum da banda, o Beijo Fatal (um dos clássicos álbuns de Heavy Metal cantados em português). Como foi a repercussão desse disco na época, chegaram a fazer muitos shows por conta desse álbum?

China Lee: É, o Beijo Fatal realmente foi o grande "boom" do Salário, em 1987. Fizemos 40 programas de televisão em 30 dias, viajamos pelo Brasil inteiro, principalmente Sul e Sudeste, realmente foi muito forte... Muita rádio e muita entrevista, foi um momento espetacular. As vendas do disco surpreenderam todo mundo, a gente até acredita que fomos Disco de Ouro. Na época, Disco de Ouro eram 100.000 discos vendidos, e a gravadora falou que a gente bateu 79.000, mas acreditamos que vendemos mais de 100.000 cópias



Tem uma música cover no "Beijo Fatal", a "Rosa de Hiroshima", dos Secos e Molhados. De quem veio a ideia de regravá-la?

China Lee: Na verdade, estávamos sendo produzidos pela Baratos Afins. Como a gente estava fazendo muito sucesso, a RCA foi até a Baratos Afins, e comprou o Beijo Fatal da gravadora original. Aí fomos para a RCA, e a única exigência dessa gravadora é que eles queria duas músicas: uma para trabalho, e outra um pouco mais comercial. A gente tinha na manga Noite de Rock, e eu sempre quis gravar Rosa de Hiroshima, e acertei e cheio quando a escolhi, pois foi a música que abriu espaço para a gente tocar e rádio e televisão no Brasil inteiro.


Tem uma lenda da banda, que vi outro dia: a banda nos anos 80 recebia cerca de 2000 cartas de fãs por mês, é verdade?


China Lee: Sim, é verdade... Algumas vezes batia 3 mil!!

O que ocasionou o fim da banda, na década de 80?

China Lee: Entre 1989 e o início de 1990, eu fui convidado pelo Ricardo "Micka" Michaelis (diretor do Brasil Heavy Metal e guitarrista do Santuário) para cobrir o vocalista da banda Naja, e fiquei entre as duas bandas. O Naja era de Santos, e nessa época, o Salário já estava enfraquecendo e relação ao sucesso que tivemos, a gente estava desanimado com algumas coisas, mas ainda sim fazíamos cerca de 12 shows por mês. Até que eu e o Micka montamos o Extravaganza, e aí avisei aos integrantes do Salário que eu ia sair da banda, eu tentei até chamar outro vocalista, mas ele decidiram "o Salário sem o China Lee não é Salário" e acabaram encerrando as atividades, e eu fui tocar com o Extravaganza.

No início da década de 90, você foi ser vocalista de uma banda chamada Naja. Essa banda chegou a deixar algum registro, como demo-tape ou alguma gravação ao vivo?


China Lee: O Naja tem material gravado sim, e em breve nós vamos estar liberando alguma coisa, e estamos mexendo nesse produto. 

Logo após o Naja, você formou junto com o Micka (Santuário) a banda Extravaganza, que chegaram a gravar o álbum "O Prazer é Seu!", em 1993. Como foi o processo de unir a banda, gravar e fazer shows?


China Lee: No início foi fácil, porque praticamente a turma do Naja virou o Extravaganza, foi bem fácil em relação a formação do grupo. Depois, para a gravação do disco teve algumas mudanças. Saiu o tecladista e baixista, e entraram. Mas a base era praticamente a do Naja, então foi bem fácil. 




"O Prazer é Seu!" só saiu em LP. Pensa em lançá-lo em CD?

China Lee: Sim!!! Já estamos negociando...

Existe alguma possibilidade do Extravaganza retornar para fazer ao menos alguns shows?

China Lee: Sim!!! Os shows fazem parte dessa negociação que falei.

Em 2002, o Salário Mínimo retorna a ativa. Como foi para você retornar com a banda, após ela ficar tantos anos parada?


China Lee: Existia uma casa em São Paulo chamada Led Slay, aí eles convidaram o Salário, só que a banda não existia mais. Quando acabou o Extravaganza, montei um projeto chamado China Lee e os Extravagantes. Aí eu tava com uma garotada ensaiando quando toca o telefone e paramos o ensaio, e era o dono da Led Slay perguntando se o Salário voltaria, e que iria tocar Viper, Korzus, Golpe de Estado, Harppia (que também tava voltando), tudo no mesmo dia. Aí a molecada que tava tocando comigo falou: Vamo! A gente toca tudo do Salário! Quando decidimos voltar, tinha mil e poucas pessoas no show cantando tudo! A partir dali, o Salário voltou e de lá não paramos mais, esse foi o retorno, só que com outros membros. 



E em 2009, 22 anos após o lançamento do primeiro álbum, é lançado o álbum "Simplesmente Rock". Como foi o processo de gravação desse álbum, os integrantes novos trouxeram um "novo sangue" à banda? E os fãs, como reagiram a esse álbum?

China Lee: O processo desse disco foi de uma qualidade absurda, muitas e muitas horas de ensaio, é um repertório muito difícil de cantar e tocar, com uma pegada diferente, mais Hard Rock. Claro que sem dúvida nenhuma os músicos trouxeram uma energia diferente, uma modernidade e uma qualidade fora do comum. Sem contar o produtor (Henrique Baboom), um cara muito considerado no meio atualmente também ajudou muito na produção desse disco, e é um disco que eu gosto demais, acho ele o melhor trabalho da minha carreira, na minha opinião.


Um dos grandes destaques do "Simplesmente Rock" é a faixa "Anjo". Ela foi composta para homenagear alguém, ou foi algo que veio da sua mente?


China Lee: "Anjo" realmente foi a música que se destacou nesse disco, ela entrou no repertório do show e não saiu mais, até o cara mais radical acaba se emocionando e vai as lágrimas. Essa música ficou para quem perdeu alguém, como uma mãe, namorada, pai... Virou a música daquele momento em que as pessoas se emocionam, pode se dizer até espírita. Essa música é minha e do Micka, e foi feita para uma noiva minha que faleceu grávida, e sempre é muito difícil interpretá-la. 



2013 foi o ano em que ocorreu o Super Peso Brasil. Como foi para o Salário Mínimo tocar no mesmo palco de outras lendas do Metal Nacional, como Centúrias e Stress?


China Lee: Acredito que tenha sido a maior celebração do Metal cantado em português, sem dúvida nenhuma. Lotado, quase 2000 pessoas. Das bandas que a gente dividiu o palco, só o Taurus que a gente ainda não tinha tocado junto antes. Foi fantástico, só quem esteve presente para saber, nunca aquelas bandas tinham tocado juntas no mesmo palco, foi um feito histórico, que acabou gerando um DVD e CD de muito sucesso. Foi inesquecível, até hoje as pessoas pede para repetir a dose, quem sabe em um futuro próximo. Uma das noites mais lindas que já participei, fantástica.


Em 2014, são lançadas 4 músicas, incluindo dentre elas a "Fatos Reais" (que ganhou até lyric video) e um cover de Raul Seixas, Sociedade Alternativa. Qual a opinião de você sobre as plataformas digitais de música?

China Lee: "Fatos Reais" hoje em dia também é outro sucesso da gente, que também entrou no repertório dos shows e não saiu mais, porque é muito difícil a gente montar um repertório. As pessoas querem as duas do SP Metal e o Beijo Fatal inteiro, então quando a gente consegue emplacar uma música que o público gosta, para a gente é muito interessante. "Sociedade Alternativa" era para estar no Simplesmente Rock, só que ficamos esperando a liberação da esposa do Raul Seixas e do Paulo Coelho, e acabou que a gente colocou nas mídias sociais. Mídias sociais hoje em dia representa uma boa fatia do mercado. Por exemplo, o Salário e outras bandas nacionais antigas (principalmente as nacionais do Underground) estão vivas porque existe o Facebook, as plataformas digitais e tal... Inclusive a gente vai disponibilizar quase todo o material que a gente tem, em Spotify e todos os outros. Hoje em dia não tem jeito, apesar de que muita gente do nosso segmento ainda prefere o físico, do CD e vinil, mas a parte "internética" não tem jeito...



Dentre essas mais de 3 décadas de Rock, qual foi o show mais marcante de sua carreira?


China Lee: Todo show tem sua magia, sua beleza... Foram tantos anos e tantas histórias bacanas! Todo show é marcante e importante para a gente. Mas vou citar alguns: o show de abertura do Scorpions, abertura do Uriah Heep, abertura do Twisted Sister, abertura do U.D.O., o Super Peso, o de 30 anos do SP Metal no Sesc Belenzinho, o Metal Quatro no Paleiras em 1986, os 3 shows que toquei na Portuguesa, show no Ibirapuera (SP) para 16.000 pessoas... São tantos anos, histórias e shows... Todos os shows foram importantes, tendo 30 ou  10.000 pessoas. A cada cidade nova que a gente conhece, a cada fã novo que a gente tem o oportunidade de abraçar e cumprimentar, tudo é muito importante para a gente.

O que podemos esperar do Salário Mínimo para o futuro?


China Lee: Para o futuro, nós estamos tentando lançar um CD novo, mas não tá fácil, a gente tá muito exigente e muito chato. Mas daqui a uma duas semanas terá novidade, e eu vou mandar para vocês. É o que posso prometer para vocês.


Bem China, estamos chegando ao fim da entrevista... Saiba que foi uma honra te entrevistar, sou um fã de seu trabalho musical, e quando quiser divulgar novidades da banda pode avisar, pois o Blog está aqui para isso... Passo a palavra para você, caso queira dar algum recado aos seus fãs e aos leitores do Blog.


China Lee: Gostaria de agradecer a você Mateus pelas perguntas, já fui entrevistado muitas e muitas vezes, fiquei impressionado com o conteúdo e inteligência das perguntas, você foi a fundo pesquisar o assunto, e isso é o mais importante... Obrigado a todo mundo do Blog Brasil Rocker, e tamos aí, só tenho a agradecer. Um abraço a todos!!!







quinta-feira, 5 de julho de 2018

Lee Recorda




O projeto Lee Recorda - As Crianças da Nova Floresta tem a liderança musical de Lee Eliseu, ex-integrante da banda de rock progressivo Recordando o Vale das Maçãs (compositor, ex-tecladista e vocal nas décadas de 70, 80 e 90) e tem como finalidade resgatar as músicas cantadas que permaneceram inéditas ou foram gravadas em condições precárias devido às limitações da época. Fazem parte do projeto composições de Lee Eliseu, Milton Bernardes, Pavitra, (compositores de muitas músicas gravadas no LP As Crianças da Nova Floresta e do CD As Crianças da Nova Floresta II, assim como de outros álbuns da banda em vinil e CD).






O repertório da banda apresenta o rock progressivo brasileiro no formato popular, com influência do rock rural de Zé Rodrix e dos progressivo de Rick Wakeman, Yes, Genesis, entre outros. A banda mostra um trabalho diversificado com arranjos trabalhados em torno da sutileza e muita criatividade melódica e harmônica. As letras falam de natureza, pureza, prazeres simples e belezas naturais.



Repertório:
Abertura (Lee Eliseu)
Ferreiro do Céu (Milton Bernardes) 
Besteira (Domingos Mariotti e Fernando Pacheco)
Água (Lee Eliseu)
Luz da Natureza - As Crianças da Nova Floresta (Milton Bernardes) 
O Mundo de Davi (Milton Bernardes)
Rancho, Filhos e Mulher (Lee Eliseu)
Solo Teclado (Lee Eliseu)
Sorriso de Verão (Lee Eliseu)
Raio de Sol (Milton Bernardes) 
Rock do Baileiro (Lee Eliseu) 
Sementes de Luz (Milton Bernardes)
Duração - 1:30 h 

Participantes (formação atual):
 Lee Eliseu – compositor, teclados e  vocal
Carlinhos Machado  bateria, backing vocals
Adilson Oliveira – guitarra, violão  
Fernando Tavares – contrabaixo e voz





VÍDEOS:


Água (Water):

Composição de Lee Oliveira gravado no CD Recordando o Vale das Maçãs II, em 1993, quando era integrante da banda RVM. Regravação no CD Lee Recorda, em 2015, pela banda Lee Recorda.




Ferreiro do Céu:
Composição de Milton Bernardes gravado no CD Lee Recorda, em 2015, pela banda Lee Recorda.
Veja essa música ao vivo no Santa Sede Rock Bar, por esse link: https://www.facebook.com/LeeRecorda/videos/1993316744230474/


FOTOS:

Pinacoteca Benedito Calixto (2015)

Teatro Guarany, Santos (2015)

Totem Prog (2017)

Santa Sede Rock Bar, 2017

Em ensaio, 2018

Lee, Adilson e Fernando

Carlinhos Machado e Lee Eliseu

Entrevista e Pocket Show no Programa Live on the Rocks na rádio Stay Rock Brasil, em 05 de agosto de 2016, CLIQUE AQUI

Contatos:
Fone: (11) 98945-8835
E-mail: leerecorda@gmail.com
Site: https://leerecorda.wixsite.com/lee-oliveira
Página do Facebook: https://www.facebook.com/LeeRecorda/