O Brasil Rocker tem a honra de trazer uma entrevista com aquela que é "a banda mais chinela do Rock Gaúcho": Atahualpa Y Us Panquis. Nessa entrevista, houve uma conversa com os membros originais da banda, que são Castor (bateria), Flávio Flu (guitarra), Jimi Joe (guitarra) e Paulo Mello (baixo). A banda fala sobre toda a carreira, inclusive, sobre planos futuros.
Como se deu o início do Atahualpa?
Como se deu o início do Atahualpa?
Flávio: Eu entrei na banda porque curti o esquema anárquico e quis fazer parte. Falei com o Miranda e ele me deixou entrar como segundo guitarrista.
Jimi: Atahualpa surgiu de uma conversa de bar entre eu e o poeta e publicitário L.C. Rettamozo no verão de 1984 como possível continuidade ao projeto Quem Tem Q.I. Vai, apresentado em vários bares e teatros de Porto Alegre no ano anterior
Paulo: Em 1984, estavam surgindo muitas bandas. E eu tinha uns amigos que tocavam em várias ao mesmo tempo. Eu tava tocando só no Taranatiriça e o Jimi Joe me ligou e disse que estava montando uma banda chamada Atahualpa Y Us Panquis. Eu achei ótimo o nome. Mas eu queria saber mais sobre a ideia e ele me disse que tinha algo a ver com o poeta e artista plástico Luiz Carlos Retamozzo, que andava por aqui com umas performances, que eu já tinha visto. Parece que ele que criou o nome da banda. Mas aí o Jimi disse que o Miranda ia participar e foi por isso que eu topei na hora. Logo depois liguei para o Miranda e ele me disse que o Jimi tinha passado a mesma conversa nele, dizendo que eu ia participar. Eu queria tocar com o Miranda, a gente era amigo, mas eu tinha entrado no Taranatiriça logo depois que ele saiu. O primeiro ensaio foi numa sala num prédio comercial no centro de Porto Alegre. O Jimi, o Miranda, eu e mais Carlos Branco e o Fernando Paiva na bateria. Não lembro se o Retamozzo estava. O Branco saiu em seguida, e como ele é que tinha conseguido a sala, os ensaios passaram para a casa do Miranda. O primeiro show foi Taj Mahal. Pouco tempo depois o Castor entrou no lugar do Paiva e o Flu também entrou.
Quais as principais influências da banda?
Flávio: No geral, sempre escutamos e tudo. O Miranda era o nosso grande fornecedor em época sem internet. A maioria das músicas eram composições do Jimi Joe, e imagino que ele quis uma coisa fora do comum, mistura de noise, pós punk, punk e metal. O objetivo principal era incomodar. E fez seu papel!
Jimi: Incontáveis. Da minha pode se citar desde Harry Belafonte até Stockhausen passando por Bob Dylan e Clash. Miranda era um devorador de todo tipo de manifestação cultural e de todos os estilos musicais.
Paulo: Era uma mistura, cada um trazia uma coisa diferente. Eu escutava de tudo. Aprendi violão como meu avô. Eu tinha ouvido as serestas dele, mas gostava era de Jovem Guarda e Beatles ainda pequeno, depois assisti Caetano, Gil e Mutantes, nos festivais da Record, depois Milton e o pessoal do Clube da Esquina, mas também as bandas clássicas de rock progressivo e hard rock, tipo Yes, Genesis, ELP, Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple. Estudei violão clássico e depois fui para o contrabaixo. Depois comecei a ouvir jazz. Quando entrei no Taranatiriça a jogada era fazer rock pesado e bem tocado. Mas eu adorava ver o pessoal fazendo barulho tosco também. O pessoal mais punk, para mim era como free jazz, Jonh Coltane e Faroah Sanders que eu ouvia lá em casa direto, com o King Jim. Já o Miranda estava super ligado em outras coisas, ele sempre buscava as novidades, super antenado e super diversificado. O Jimi também. Ele tinha ótimas canções, com letras muito boas e interessantes, politizadas e aquela guitarra mais suja, tipo Neil Young. Eu já andava ouvindo outras coisas, Clash, Ramones, Police, Gang of Four. Mas depois a gente começou a improvisar muitos nos shows e ficou punk mesmo.
Castor: Sex Pistols, The Clash, Butthole Surfers, Replicantes.
Como era a cena do Rock Gaúcho na década de 1980?
Flávio: Era nossa geração colocando suas ideias na roda. Muito rock, punk, metal e pop. A ingenuidade era grande e por isso podemos ver pureza nas composições, arranjos e gravações. Ninguém tinha muita noção do que estava acontecendo, principalmente na hora de gravar. Mas ficou marcado pelos bom humor e refrães grudentos!
Jimi: Muito variada. Quando se fala de rock gaúcho parece que é um movimento ou manifestação única ou unificada mas na verdade eram várias tribos e representantes dos mais variados estilos e vertentes musicais.
Paulo: Muita banda surgindo, uma gurizada até mais nova que a gente. Havia o Taranatiriça e os Garotos da Rua que começaram um pouco antes. Também tinha a Chamborraia do Castor, com Justino e o Nequeti. Lá por 83/84 começaram a pintar os punks (Replicantes, Atraque), os new-wave (Urubu Rei), os metaleiros (Astaroth e outros), os mais pop, tipo jovem guarda (Prisão de Ventre), os mais rockers (TNT, Fluxo). Também toquei com os Bonitos e com a Prise. Essa classificação as vezes era mais de postura do que de som. No início o Taranatiriça se destacava pela produção. Os shows do Taranatiriça tinham uma produção bastante elaborada para a época, a gente viajava com um caminhão levando equipamento e de luz e som e um ônibus com a banda e a equipe que eram umas 20 pessoas. Isso incentivou muito o surgimento de outras bandas.
Castor: Haviam várias bandas de vários estilos, ninguém sabia direito o que fazer, ou como fazer. Aos poucos foram encontrando seus estilos característicos.
Jimi: Muito variada. Quando se fala de rock gaúcho parece que é um movimento ou manifestação única ou unificada mas na verdade eram várias tribos e representantes dos mais variados estilos e vertentes musicais.
Paulo: Muita banda surgindo, uma gurizada até mais nova que a gente. Havia o Taranatiriça e os Garotos da Rua que começaram um pouco antes. Também tinha a Chamborraia do Castor, com Justino e o Nequeti. Lá por 83/84 começaram a pintar os punks (Replicantes, Atraque), os new-wave (Urubu Rei), os metaleiros (Astaroth e outros), os mais pop, tipo jovem guarda (Prisão de Ventre), os mais rockers (TNT, Fluxo). Também toquei com os Bonitos e com a Prise. Essa classificação as vezes era mais de postura do que de som. No início o Taranatiriça se destacava pela produção. Os shows do Taranatiriça tinham uma produção bastante elaborada para a época, a gente viajava com um caminhão levando equipamento e de luz e som e um ônibus com a banda e a equipe que eram umas 20 pessoas. Isso incentivou muito o surgimento de outras bandas.
Castor: Haviam várias bandas de vários estilos, ninguém sabia direito o que fazer, ou como fazer. Aos poucos foram encontrando seus estilos característicos.
Flávio: Gravamos num estúdio considerado o melhor na época. O produtor era o Mitch Marini, que era considerado o roqueiro tarimbado, já com uma grande estrada percorrida. Da nossa parte foi diversão geral. Sempre foi uma banda de primeiro take, de deixar a loucura rolar.
Jimi: A gravação foi à moda Atahualpa, rápida, até porque a música dura apenas 1 minuto e meio, com Miranda no comando da produção musical. Foi gravada no extinto estúdio Isaec da Rua Senhor dos Passos em Porto Alegre. Emboraa coletânea Rock Garagem II abarcasse vários estilos, dá pra dizer que Atahualpa é o nome mais “peixe fora dágua” nessa seleção.
Paulo: Com a sequência de shows já tínhamos ficado mais punk. E Castor e o Flu já estavam na banda. Não encontrávamos muito com as outras bandas durante as gravações, mas quando nos encontrávamos era festa era todo mundo amigo. Alguns estavam em mais de uma banda, como o Castor, por exemplo.
Castor: Foi meio tumultuada, ninguém sabia produzir ou dirigir uma banda punk anárquica. Mas conseguimos um registro razoável, dentro da proposta.
Jimi: A gravação foi à moda Atahualpa, rápida, até porque a música dura apenas 1 minuto e meio, com Miranda no comando da produção musical. Foi gravada no extinto estúdio Isaec da Rua Senhor dos Passos em Porto Alegre. Emboraa coletânea Rock Garagem II abarcasse vários estilos, dá pra dizer que Atahualpa é o nome mais “peixe fora dágua” nessa seleção.
Paulo: Com a sequência de shows já tínhamos ficado mais punk. E Castor e o Flu já estavam na banda. Não encontrávamos muito com as outras bandas durante as gravações, mas quando nos encontrávamos era festa era todo mundo amigo. Alguns estavam em mais de uma banda, como o Castor, por exemplo.
Castor: Foi meio tumultuada, ninguém sabia produzir ou dirigir uma banda punk anárquica. Mas conseguimos um registro razoável, dentro da proposta.
Flávio: O disco foi um caso a parte. O Miranda tinha um crédito de estúdio
por umas permuta de trampo. Daí foi resolvido que gravaríamos o disco todo na
hora, sem nada programado. Agradeço ao senhor foi uma obra de colagem punk.
Muitas músicas e letras saíram no dia da gravação. Um momento único registrado.
Jimi: Foi
ideia do Miranda. Quando entramos em estúdio, de deixar para trás tudo que
vínhamos tocando até então e produzir um disco todo composto no estúdio. Foi um
processo absolutamente insano. Houve um show de pré-lançamento do disco no Bar
Ocidente e pouco depois Miranda foi pra São Paulo e eu também pouco tempo
depois, provocando uma interrupção na trajetória da banda.
Castor: O disco foi produzido pelo Miranda, que fez com que a banda fosse mais
um elemento de apoio às ideias dele. Enfim, não foi um disco da banda
“Atahualpa Y Us Panquis”, foi mais um disco conceitual do Miranda, com a banda
como apoio instrumental.
Considero "Agradeça ao Senhor" um dos álbuns mais loucos (no bom sentido, rs) do Rock Nacional. Como foi o processo de composição/gravação desse disco?
Flávio: Como disse antes, o processo foi de invenção.
Por isso a loucura em tudo.
Jimi: Miranda
tinha um dinheiro para receber do estúdio Eger, em Porto Alegre, pela produção
de vários trabalhos comerciais como trilhas e jingles. Em vez da grana ele
negociou com dona Malu, gerente do estúdio, o pagamento em horas de estúdio pra
gravar um disco do Atahualpa. Daí deu-se o feito. Durante uma semana ficamos na
Eger durante noites e madrugadas criando e gravando na hora todas as canções
que aparecem no LP.
Castor: Basicamente nos reunimos num estúdio e
deixamos de lado todas as nossas músicas e tentamos criar tudo novo, ali na
hora ao vivo, gravando. Com muitos aditivos químicos e alcoólicos.
Esse álbum foi gravado em 1988, mas lançado 4 anos depois da gravação. Por que essa demora com o lançamento?
Flávio: O Calanca, dono do selo e loja Baratos Afins de São Paulo era muito amigo do Jimi e do Miranda. Daí o Jimi mostrou a cassete com a gravação e ele se interessou em prensar e lançar. Diz ele que foi o disco menos vendido da história do selo...
Jimi: Creio que com a ida do Miranda, e logo depois a minha, para São Paulo, o disco ficou esquecido até que em 1992, durante uma das minhas visitas de sábado ao Luiz Calanca, da Baratos Afins, decidi levar uma fita K7 com o disco pro Calanca ouvir. Na segunda-feira, Miranda me ligou no Estadão dizendo que o Calanca queria lançar o disco. Segundo o próprio Calanca, é o disco do catálogo da Baratos Afins que menos vendeu mas um dos que ele tem maior orgulho de ter lançado! Hahahaha!
Castor: Ninguém, com sanidade, queria lançar essa maluquice.
Jimi: Creio que com a ida do Miranda, e logo depois a minha, para São Paulo, o disco ficou esquecido até que em 1992, durante uma das minhas visitas de sábado ao Luiz Calanca, da Baratos Afins, decidi levar uma fita K7 com o disco pro Calanca ouvir. Na segunda-feira, Miranda me ligou no Estadão dizendo que o Calanca queria lançar o disco. Segundo o próprio Calanca, é o disco do catálogo da Baratos Afins que menos vendeu mas um dos que ele tem maior orgulho de ter lançado! Hahahaha!
Castor: Ninguém, com sanidade, queria lançar essa maluquice.
Flávio: Era uma data festiva, aniversário de Jimi Joe. Foi lindo. O Jimi
fez uma retrospectiva de vários momentos da carreira. Veio a calhar de o
Miranda e Castor estarem por Porto Alegre. Daí não tinha saída. Tinha que rolar
essa junção para tocar alguma coisa. Foi bem emocionante!!
Jimi: Era
um show proposto pelo produtor Marcio Ventura pra eu comemorar meus 39 (!!!!)
anos de carreira. Resolvi juntar no palco todas as bandas que eu havia tocado
ao longo desses anos e isso incluiu, logicamente, Atahualpa. Felizmente todos
toparam e até Miranda apareceu meio de surpresa e cantou com a gente naquela
que creio foi sua última apresentação como vocalista.
Paulo: Para mim foi demais, tocar de novo com os
caras depois de tanto tempo. Foi sem nenhum ensaio nem nada, nos encontramos na
hora ficamos conversando no camarim, e fomos para o palco, foi só diversão. E o
Miranda apareceu bem na hora, a gente já tava no palco tocando quando eu vi ele
ali do lado.
Castor: Foi emocionante. Inclusive foi a última
vez que o Miranda subiu num palco conosco. A última vez que o Atahualpa se
reuniu na sua formação original. Foi catártico!
Em tributo ao Miranda, a banda realiza um show no dia 22/03, no Gravador Pub. Quais as impressões da banda sobre esse show?
Flávio: Foi sensacional. Tocamos praticamente todas as
principais músicas do repertório que fazia parte da demo, lançada acho que em
1986 pelo selo Vórtex. Todos ficaram muito felizes com o momento e com a
recepção do público. Até nem fomos vaiados!!
Jimi: Caos, muito ruído e sobretudo a gratidão por poder celebrar Miranda que foi o mestre de todos nós, abrindo sua discoteca e conhecimentos gerais pra gente, compartilhando tudo sem apegos.
Paulo: Ideia do Flu e do Castor. O Miranda tinha dito que queria gravar as músicas do Atahualpa que não tinham registro legal. E no ano passado teve um tributo ao Miranda, com várias bandas, em que a gente participou e depois surgiu a ideia de cumprir este desejo do Miranda. O Flu e o Castor pensaram em aproveitar e fazer também um show. A gente ensaiou um dia, no outro já começou a gravar, tudo super relax, relembrando as músicas, os shows, como a gente tinha tocado. E aí levamos esse clima para o show.
Castor: O show foi um sucesso. Todos os presentes ficaram estupefatos com a sonoridade da banda, forte e intensa. O dono do pub, disse que, em mais de 500 shows na casa, este foi o melhor de todos!
Jimi: Caos, muito ruído e sobretudo a gratidão por poder celebrar Miranda que foi o mestre de todos nós, abrindo sua discoteca e conhecimentos gerais pra gente, compartilhando tudo sem apegos.
Paulo: Ideia do Flu e do Castor. O Miranda tinha dito que queria gravar as músicas do Atahualpa que não tinham registro legal. E no ano passado teve um tributo ao Miranda, com várias bandas, em que a gente participou e depois surgiu a ideia de cumprir este desejo do Miranda. O Flu e o Castor pensaram em aproveitar e fazer também um show. A gente ensaiou um dia, no outro já começou a gravar, tudo super relax, relembrando as músicas, os shows, como a gente tinha tocado. E aí levamos esse clima para o show.
Castor: O show foi um sucesso. Todos os presentes ficaram estupefatos com a sonoridade da banda, forte e intensa. O dono do pub, disse que, em mais de 500 shows na casa, este foi o melhor de todos!
Flávio: Conheço Carlinhos a 20 anos. E temos projetos
juntos. Indiquei ele para fazer as partes do Miranda na primeira homenagem que
fizemos em julho de 2018. Ficou perfeito!
Jimi: Acho que Flu pode responder melhor isso, mas creio que o Carlinhos tem o fisique de rôle corporal e vocal ideais pra ser o substituto de Miranda no Atahualpa.
Paulo: Foi por causa do tributo no ano passado ele participou em uma música com o Atahualpa e a gente curtiu. Então ele foi convidado para gravar e para o show.
Castor: O Flu toca com o Carlinhos em outros projetos, e tinha convidado ele para o tributo ao Miranda de 2018, logo após o falecimento dele. A química foi tão boa, que foi uma coisa natural chamá-lo para cantar. Eu ainda pressionei para ele tocar teclados, e ele conseguiu, de maneira brilhante e inovadora, bem adequado à filosofia do Miranda (e do Atahualpa), de quebrar paradigmas e botar a alma no palco.
Jimi: Acho que Flu pode responder melhor isso, mas creio que o Carlinhos tem o fisique de rôle corporal e vocal ideais pra ser o substituto de Miranda no Atahualpa.
Paulo: Foi por causa do tributo no ano passado ele participou em uma música com o Atahualpa e a gente curtiu. Então ele foi convidado para gravar e para o show.
Castor: O Flu toca com o Carlinhos em outros projetos, e tinha convidado ele para o tributo ao Miranda de 2018, logo após o falecimento dele. A química foi tão boa, que foi uma coisa natural chamá-lo para cantar. Eu ainda pressionei para ele tocar teclados, e ele conseguiu, de maneira brilhante e inovadora, bem adequado à filosofia do Miranda (e do Atahualpa), de quebrar paradigmas e botar a alma no palco.
Flávio: As fitas rolos originais da demo estão sendo digitalizadas em São Paulo pelo Mateus Mondini. Talvez sejam lançadas. Ainda não sei de nada. Mas gravamos novas versões de quase todas com o Carlinhos no vocal. Deve rolar algo com esse material.
Jimi: Sim,
sim e, mais uma vez, sim!
Paulo: Acho que a ideia é lançar as gravações feitas
este ano.
Castor: Existe um material antigo que está
sendo digitalizado e poderá ser lançado junto ao novo disco que estamos
gravando.
A banda pretende seguir fazendo shows constantes, ou apenas apresentações esporádicas?
Com essa nova formação, há possibilidade de um novo disco do Atahualpa?
Flávio: Como a gente curtiu muito essa junção com a entrada do Carlinhos,
queremos muito fazer mais shows. Espero que role algo!
Jimi: Novamente um grande sim e sim, com maior prazer!
Paulo: Tudo é possível.
Castor: Quando possível, tocaremos, sim, de qualquer jeito, como sempre.
Jimi: Novamente um grande sim e sim, com maior prazer!
Paulo: Tudo é possível.
Castor: Quando possível, tocaremos, sim, de qualquer jeito, como sempre.
Flávio: Com esse material novo que gravamos, como falei
anteriormente, espero que vire pelo menos material de streaming.
Jimi: Atahualpa
não pode retornar porque nunca foi embora! Todos os integrantes carregaram o
espírito de Atahualpa em seus mais variados projetos.
Paulo: Sim, Com as gravações feitas este ano. São
umas 10 músicas.
Castor: Já está sendo gravado, com 9 músicas antigas, clássicas, nunca gravadas
em estúdio antes, e 2 novas feitas na hora.
Após tantos anos, na visão de vocês, qual o legado do Atahualpa Y Us Panquis para o Rock Gaúcho?
Flávio: Historicamente poderia dizer que foi importante
por ter Miranda e Jimi em momento único de composições e atitude. Miranda era a
figura forte, escrachada e poderosa no vocal e teclados e o Jimi o poeta
intelectual com sua guitarra envenenada. Como banda foi um estranho no ninho
dentro da turma anos 80. Porque era punk pelas atitudes mas tocava qualquer
coisa que vinha na cabeça. E não tinha receio de ser vaiada!
Jimi: Legado
do Atahualpa? Ah, você tá de brincadeira né! A gente já virou até assunto de
tese acadêmica! Hahahaha!!!
Castor: A liberdade de se expressar como
quiser, sem restrições de nenhum tipo, e sempre na filosofia “faça você mesmo!” (Do It Yourself).
Pessoal, estamos chegando ao fim da entrevista. Quero dizer que foi uma honra entrevistar "a banda mais chinela do Rock Gaúcho"! Passo a palavra a vocês, caso queiram deixar algum recado aos seus fãs, e aos leitores do Blog...
Flávio: Grande abraço a todos. Gostei de que o Atahualpa foi importante para
algumas pessoas e que ficará marcado na história. O Miranda ficaria orgulhoso
de saber!!
Fiquem bem com bastante amor no coração!!!
Jimi: Muito
noise, estourem seus tímpanos com prazer e alegria. E lembrem-se: nunca usem
protetores de ouvidos!!!
Castor: A reunião da banda foi uma grata
surpresa: alto astral, muita diversão, e o som rolou de maneira orgânica e
forte, quase como se houvesse um espírito elevando as ideias e arranjos.
Tudo muito natural e tranquilo, rápido
e eficiente. Ainda podemos produzir muito barulho, disso podem ter certeza!
Cheers!!