quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Entrevista André Rod (Attomica)

Hoje o Brasil Rocker tem a honra de trazer uma entrevista com o André Rod,  baixista e atual vocalista (também fez vocais no Limits of Insanity) além de membro fundador da banda Attomica. Ele fala de toda sua carreira, desde a banda "Metal" até o "The Trick" (mais recente álbum do Attomica), além de planos futuros.

André, é uma honra para mim entrevistar um dos músicos que faz parte de tamanha importância no cenário do Heavy Metal Nacional, que é o Attomica. Seja bem vindo e sinta-se a vontade! Vamos lá, como a música entrou na sua vida?

 André: Quando escutei a primeira música de Heavy Metal eu tinha por volta de 10
anos, foi Whole Lotta Love da banda Inglesa Led Zeppelin. A partir daí
comecei a me interessar pelo estilo. Montei minha primeira banda no
começo dos anos 80 junto com meu irmão Pyda Rod e mais dois amigos
a banda se chamava “Metal”, também passamos pela banda “Metafel” que
serviu de base para “Attomica” que foi fundada em outubro de 1985.

Antes do Attomica surgir, existia a banda Metafel, considerada o "embrião" do Attomica. O que ocasionou o surgimento do Attomica?

 André: Como citei acima a banda Metafel foi a base de formação da banda
Attomica, Metafel contou com 4 integrantes fundadores.

No começo, a banda também tinha músicas cantadas em português. O que fez o Attomica optar pelo idioma inglês, vocês visavam o mercado internacional?

 André: Sim, esse foi um dos motivos da escolha e também a fonética mais
agradável para o estilo.

Em 1986, a banda é convidada para a gravação de seu primeiro álbum. Qual era a sensação de gravar o primeiro LP do Attomica?

 André: Logo depois de alguns shows e da divulgação de nossa demo tape
“Children’s Assassins” recebemos o convite para gravar através do selo
Enigma de São Paulo, foi uma grata surpresa porque isso aconteceu
muito rápido e ficamos muito felizes.



Quem criou a logo da banda?

 André: Foi um ex membro.

Como foi o processo de composição desse primeiro disco de 1987? Vocês já tinham tudo composto, ou as composições surgiram por conta da gravação?

 André: As músicas foram todas compostas dentro do estúdio de ensaio com
todos os membros dando suas idéias com exceção da musica Samurai que
foi composta tempos antes em minha casa, fizemos isso rapidamente
pois ensaiávamos de duas a três horas todos os dias. O material já
estava pronto antes do convite da gravadora.

Esse disco proporcionou muitos shows ao Attomica?

 André: Sim vários, viajamos bastante.



Já no ano seguinte, a banda começa  a compor material para o segundo álbum, "Limits of Insanity". Nesse meio tempo entre o primeiro álbum e o segundo, ocorre a saída de dois vocalistas. O que te e assumir os vocais, ao invés de procurar outro vocalista?

 André: Laerte Perr deixou a banda e em seguida convidamos Fabio Moreira para
assumir o posto, mas morava em Vitoria (ES) e não conseguimos mantê-lo por muito tempo. Sendo assim para que não tivéssemos mais atrasos
com o compromisso da gravação resolvemos em comum acordo que eu
gravaria o álbum, “Limits of Insanity” foi lançado pela Cogumelo Records
em 1989.

Nesse segundo disco, a banda incorporou um novo estilo sonoro, passando para um Thrash Metal mais cadenciado, agradando alguns e desagradando aos que esperavam algo aos moldes do primeiro disco, com uma influência mais Death Metal. Já tinham noção que o som seria esse?

 André: Sim, sabíamos que isso poderia acontecer.



Em 1991, é lançado o álbum "Disturbing The Noise", considerado por muitos o melhor álbum da banda, já com outra formação. A repercussão desse álbum foi boa? Como os fãs e críticos da época receberam esse disco?

 André: Esse álbum foi um marco para banda, acredito que junto com Attomica
de 1987 são os mais conhecidos no mundo até o momento.

O videoclipe de "Deathraiser" passou em alguns programas da MTV, como Fúria Metal e Demo-Clip. Isso alavancou a banda de alguma maneira?

 André: Sem dúvida nenhuma, a divulgação em meios de comunicação televisiva
é muito importante até hoje. Imaginem naquela época...



Logo após a turnê do "Disturbing the Noise", o Attomica encerra as atividades. Qual o motivo do fim da banda nessa época?

 André: Estávamos muito felizes com o resultado da gravação e repercussão do
trabalho, mas não tivemos o resultado esperado com a turnê e isso
causou um certo cansaço.

Em 2003 a banda volta com a formação do álbum Disturbing the Noise. O que ocasionou a volta da banda?

 André: Em 2001 eu reuni a formação original, fizemos alguns ensaios mas não foi
possível continuar. Em 2003 foi uma reunião sem muitas intenções que
resultou no álbum ao vivo Back and Alive. Essa formação seguiu fazendo
apresentações sem o vocalista Fabio Moreira até o ano de 2006.



E apenas em 2012, a banda lança um álbum de músicas inéditas, chamado 4. Como foi voltar a gravar composições novas após tanto tempo?

 André: Aconteceu naturalmente, eu mantive a atividade musical durante esse
período em que a banda esteve parada, mas é claro que a satisfação é
muito grande em poder mostrar um trabalho inédito para nossos fãs de
longa data e também os da nova geração.

Por que a banda ficou tanto tempo sem gravar?

 André: As composições novas para Attomica 4 tiveram seu início em 2008 e
como mantínhamos ainda o mesmo método de compor nos ensaios isso
ficou muito demorado porque não conseguíamos ensaiar todos os dias
como no passado. De 1993 a 2000 a banda ficou totalmente inativa.



E como foi a recepção desse novo álbum de inéditas?

 André: Foi muito boa, também nos proporcionou muitas apresentações no Brasil
e fora dele.

Em 2015, ocorre o trágico acidente do Alex Rangel, uma grande perda para o Metal brasileiro. Como a banda recebeu essa notícia?

 André: Foi um choque muito grande. Alex foi um parceiro muito comprometido
com o trabalho, muito amigo e divertido, muito lembrado sempre entre
nós. Ele faz muita falta aqui num contexto geral.



O que fez o Attomica seguir em frente após essa perda na banda?

 André: Nossa própria vontade de prosseguir além do compromisso com nosso
público.

E em 2018, a banda lança mais um álbum, o "The Trick". Como os fãs receberam o álbum?

 André: Esse álbum já era muito esperado pelo nosso público e pelo que tenho
escutado e também pelo que li nas resenhas ele foi muito bem aceito, os
comentários estão sendo muito bons.



Esse álbum é marcado pela sua volta aos vocais, desde o álbum "Limits of Insanity", e também pela banda estar em um formato "power trio", algo que nunca havia acontecido antes com o Attomica. Comente um pouco sobre o processo em que a banda passou para se estabilizar em trio.

 André: Foi uma condição de certa forma forçada, apesar de sempre ter gostado
de bandas com esse tipo de formação. A perda trágica do amigo Alex
Rangel e em seguida a saída inesperada de nosso guitarrista Thiago
Donizeth contribuiu radicalmente para uma adaptação rápida porque
tínhamos datas a cumprir. Após a primeira apresentação percebemos que
seria possível manter o formato, fizemos algumas adaptações e
funcionou muito bem.

Para o "The Trick", foi feito um videoclipe para "Kill the Hero" e um lyric video para "Give Me the Gun". Qual sua opinião sobre videoclipes e plataformas digitais para o Heavy Metal?

 André: Importante, hoje em dia não podemos fechar os olhos para esses meios.
Quem não anda junto fica para trás.



Está em processo de produção o DVD de comemoração de 30 anos da banda. De onde surgiu a ideia desse DVD?

 André: A ideia surgiu com a intenção de firmar a formação Power Trio de vez e
também prestigiar nosso público que nos acompanha ao longo desses
anos.

Mesmo após 30 anos, a banda ainda tem muitos fãs pelo Brasil. Como é para você saber da sua tamanha contribuição ao Metal Nacional?

 André: Isso me deixa muito feliz saber que contribui com a história e que o nome
Attomica é reconhecido pelos Headbangers ao redor do mundo. Me sinto
muito honrado e realizado.



Dentre as várias formações da banda, existe alguma que você mais se orgulha?

 André: Todas tem seu devido respeito, passaram pela banda bons músicos mas
por todos os problemas e momentos de superação que tivemos que
passar considero a formação atual a mais forte.

Quais os planos para o futuro da banda?

 André: O lançamento do DVD para o fim do ano (2018), preparar mais um vídeo
clipe e continuar a divulgação do álbum The Trick com a Turnê “You Bet”. Composições novas já estão sendo preparadas para uma possível gravação no inicio do segundo semestre do ano que vem e com lançamento ainda em 2019.

André, estamos chegando ao fim da entrevista. Saiba que foi uma honra para mim estar entrevistando um mestre do Metal Nacional, e que ainda mantém essa chama acesa. Passo a palavra para você, caso queira deixar algum recado a seus fãs e leitores do Blog...


 André: Quero agradecer a oportunidade de poder falar um pouco sobre a banda e
nossos projetos futuros e também agradecer ao nosso público que tem
nos acompanhado durante todos esses anos. Sigam Attomica pelas redes
sociais, em breve mais notícias. Hail Metal Bangers!!!



Um comentário:

  1. PARABÉNS PELA ENTREVISTA E AO ANDRÉ POR PASSAR UM RESUMO DA HISTÓRIA DO ATTOMICA E SER UM BATALHADOR ASSÍDUO PARA QUE ESSA BANDA TENHA O SUCESSO MERECIDO !

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