quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Entrevista Azul Limão

Dessa vez, o Brasil Rocker teve a honra de entrevistar a banda Azul Limão, que é uma das bandas pioneiras do Heavy Metal, no Rio de Janeiro. Tive a honra de poder entrevistar o Marcos Dantas, guitarrista e fundador da banda. Abordamos sobre toda a carreira da banda, desde os primódios até o "Imortal", seu mais recente álbum.

Como se deu o início da banda?

Marcos: Foi para tocar em um festival de colégio em 1981, que reuni com Vinicius e mais alguns amigos e formamos a banda sem muitas pretensões.

De onde surgiu o nome "Azul Limão"?

Marcos: Um de nossos inúmeros bateristas do início, Fábio “Bebezão”, que sugeriu o nome para a banda após ler em uma tirinha de quadrinhos em um jornal. Como não chegamos ao consenso de um nome melhor, acabou ficando este mesmo.



Como era a cena do Heavy Metal no Rio de Janeiro, na década de 1980?

Marcos: No início era bem restrita mas após o Rock n Rio em 1985 ficou bem intensa.

Em 1986, é lançado o primeiro álbum, o "Vingança". Comente-nos sobre a gravação desse disco.

Marcos: Foi um disco gravado com muita paixão e energia pois já tocávamos bastante as músicas do álbum nos shows desde 1984 e algumas desde 1983! E também a qualidade sonora é muito boa para a época pois já tínhamos bons instrumentos e sabíamos como gravar Heavy Metal e o técnico de som Leco do estúdio Master foi ótimo. Sou muito orgulhoso deste disco!


Como foi para jovens Headbangers estarem lançando seu primeiro álbum?


Marcos: Orgulho. Muito orgulho.

Qual a repercussão desse disco na época? 

Marcos: As primeiras mil cópias venderam em poucos dias. A segunda prensagem de mais mil cópias também vendeu rápido. Depois teve uma nova prensagem de mais mil. Ao todo vendemos três mil LP s do Vingança naquela época. Este álbum fez o Azul Limão conhecido em todo o Brasil!



Quais eram as principais dificuldades da banda naquela época?

Marcos: Nossa maior dificuldade era realizar shows fora da região sudeste. Ficava muito caro para os contratantes. Tanto que, infelizmente, em termos de shows, ficamos restritos a esta região nos anos 80.

"Satã Clama Metal" até hoje é considerado um hino do Heavy Metal nacional. O que essa música representa na carreira de vocês?

Marcos: Até então, nosso hit era a música “Não vou mais falar”. Com o tempo, "Satã Clama Metal" começou a ser muito pedida nos shows.



Em 1987, é lançado o EP "Ordem e Progresso", o segundo registro da banda. Comente sobre esse disco.

Marcos: Foi a continuação do “Vingança”. Mesmo estúdio, mesmo técnico de som, mesma formação da banda e músicas da mesma época!

Nesse EP, há uma regravação de "Princesa do Prazer", do Dorsal Atlântica. De onde surgiu essa ideia ?

Marcos: Em um show conjunto no Caverna II, o Dorsal Atlântica tocou “Satã Clama Metal” e o Azul Limão tocou “Princesa do Prazer”. Tudo a título de brincadeira. Mútua homenagem! Mas como o Dorsal parou de tocar esta música nos shows, o Azul Limão incorporou-a a seu repertório definitivamente.



Após esse EP, Rodrigo Esteves e Ricardo Martins saíram da banda. O que ocasionou a saída desses dois membros?

Marcos: Ricardo saiu antes, logo após a gravação. Achava que estava ficando surdo e também não estava motivado a continuar na banda. Rodrigo saiu para se dedicar ao canto lírico e foi morar na Espanha.

Em 1989, foram recrutados André Chamon e Tavinho Godoy. Como o Azul Limão os conheceram? Como eles ingressaram na banda?

Marcos: Já eram meus amigos e tínhamos datas de shows agendadas que o Azul Limão deveria cumprir. Então convidei os dois para a tarefa. Foi muito legal!



Após mais alguns shows, o Azul Limão encerra suas atividades. Quais os motivos que culminaram no fim da banda?

Marcos: Não tínhamos mais contrato para um novo álbum e a maioria das bandas estava se transformando para cantar em inglês. Pensamos em fazer o mesmo mas o Azul Limão não se adaptaria a isto.

Em 2001, a Dies Irae lançou dois LPs, com gravações dos primórdios do Azul Limão. De onde surgiram essas gravações, e como foi a divulgação desse lançamento?

Marcos: Foram músicas extraídas das demo-tapes da época e gravações em fita cassete de shows.



Essas gravações são inéditas em CD. A banda tem interesse de lançar esse material no formato de CD?

Marcos: Não. As melhores demo-tapes estão como “bônus tracks” nos CDs “Vingança” e “Ordem & Progresso”.

Em 2012, a banda se reuniu novamente, dessa vez resultando em um novo álbum. Mesmo após algumas reuniões, o que os influenciou para que apenas em 2013 lançassem o "Regras do Jogo"?


Marcos: Foi a oportunidade de ter o Rodrigo de passagem pelo Brasil para poder gravar.




Por onde anda o baterista Ricardo Martins?


Marcos: Mora em Portugal.

Em 2018, foi lançado o mais novo álbum, "Imortal". A gravação dele foi mantida em segredo, e esse álbum foi divulgado pouco tempo antes do lançamento. Por que esse disco foi mantido em segredo durante esse tempo?


Marcos: Para que pudéssemos nos concentrar na gravação e só divulgássemos a volta do Azul Limão com músicas novas.



Já ocorreram reuniões em vindas passadas do Rodrigo Esteves ao Brasil. Por que optaram por outro vocalista nessa nova formação?


Marcos: Porque Rodrigo mora na Espanha e, além da distância, não pode mais conciliar sua carreira internacional de cantor lírico com outra de vocalista de uma banda de Heavy Metal.

Antes do retorno do Azul Limão, haviam 3 integrantes (Marcos Dantas, André Delacroix e Renato "Trevas") dessa formação estavam tocando no Metalmorphose, que deu uma pausa nas atividades recentemente. A pausa no Metalmorphose foi proposital para o retorno do Azul Limão, ou a ideia surgiu após a pausa?

Marcos: A ideia surgiu após a pausa. Foi tudo muito rápido! Nós três queríamos continuar fazendo shows.


"Imortal" é um dos grandes discos de Heavy Metal cantado em português lançados em 2018. Como vem sendo a repercussão, desde seu lançamento até o momento?

Marcos: Muito boa. Além de nossas expectativas.

"Guerreiros do Metal" ganhou um Lyric Video, muito bom por sinal. Vocês pretendem lançar mais videoclipes para faixas presentes no "Imortal"? 

Marcos: Ainda não pensamos nisto.



Quais os planos para o futuro da banda?

Marcos: Shows. Muitos shows! Mesclando músicas novas com os clássicos da banda.




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